Guarujá forma grupo de trabalho voltado ao acompanhamento à população em situação de rua

grupo de trabalho que vai acompanhar as ações de acolhimento feitas junto às pessoas que vivem nas ruas.

22 ABR 2015 • POR • 16h04

O trabalho desenvolvido pela Prefeitura de Guarujá com a população em situação de rua na Cidade ganhou um reforço na última semana. O Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), formado por organizações que integram o sistema de Segurança Pública Municipal — secretarias municipais, polícias Militar, Civil e Federal, bombeiros e Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) de Vicente de Carvalho e Guarujá — criou um grupo de trabalho que vai acompanhar as ações de acolhimento feitas junto às pessoas que vivem nas ruas.

A atividade foi definida na última reunião do grupo, coordenada pela Secretaria Municipal de Defesa e Convivência Social, realizada na semana passada. A notícia foi dada pelo secretário interino de Defesa, coronel Raimundo da Silva Filho. “Nossa intenção é, além de acompanhar os trabalhos que já vêm sendo feito, unir mais esforços e envolver o maior número de secretarias, para tornar o trabalho fortalecido e amparado em todos os setores”, justificou Silva.

A população em situação de rua foi o principal assunto da reunião do grupo de trabalho. O diretor de Proteção Social e Especial, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência, Edimilson Correia da Silva, apresentou em slides as ações que são realizadas. Ele destacou os espaços oferecidos pelo poder público municipal, como o Albergue Municipal José Calherani e o Creas Pop.

“Essas pessoas, assim como todos os cidadãos, têm que ter o seu direito de ir e vir respeitado, ou seja, só serão levados para unidade se assim desejarem”, explica Silva, citando o caso de um morador de rua que sofre de transtornos mentais, já foi encaminhado ao Albergue 104 vezes e não ficou. “A negação em aceitar nossos serviços por parte desses homens e mulheres dificulta muito o acolhimento, porque não podemos obrigá-los a fazer nada”, reitera.

O grupo de trabalho fará ações similares à da Operação Dignidade, desenvolvida pela Guarda Civil Municipal (CGM), que consiste em medidas pontuais e especificas como identificar, cadastrar, mapear os pontos que atraem o maior número desses moradores, encaminhá-los para o Creas Pop, fazer o recâmbio daqueles que são de fora da Cidade, oferecer atendimento social e devolvê-los para as famílias que forem identificadas.

O comandante da GCM, Mauro Noel de Jesus, também exibiu em material audiovisual as operações desenvolvidas pela Guarda que acolhem moradores de rua, como a Operação Dignidade, composta por técnicos da Vigilância Sanitária, assistentes sociais, psicólogos e policiais civis e militares.

A coordenadora do Consultório de Rua, Iara Bega, ligado à Secretaria Municipal de Saúde, disse que o equipamento tem registrado cerca de 500 pessoas com dependência química, sendo que 250 estão recebendo acompanhamento.

“É um trabalho de formiguinha e muito lento, que requer dedicação dos profissionais e vontade dos pacientes. Se o dependente se recusar ao tratamento não podemos fazer muita coisa, salvo exceções, quando diagnosticado que aquela pessoa não responde por suas faculdades mentais e tendo que ser submetida ao tratamento”, declara Iara.

Serviços – No Albergue Municipal José Calherani os atendidos podem dormir, tomar banho, café da manhã e jantar. Eles são liberados para trabalhar, podendo retornar para pernoitar na unidade.

Um levantamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social realizado no ano passado apontou 971 pessoas em situação de rua, sendo 401 de Guarujá e 570 moradores identificados como residentes de outras cidades. Destes, 23 foram voltaram para a família e estão trabalhando e 391 voltaram para seu município de origem.

A maioria desses moradores vem de São Paulo. Nos primeiros meses desse ano, até o dia 15 de abril, 399 pessoas estavam em situação de rua, 180 de Guarujá e 219 de outros municípios, sendo que 161 foram recambiados.