Rússia acaba com proibição de entrega de mísseis ao Irã e Kerry critica decisão

Segundo a Casa Branca, Kerry deixou claro em um telefonema a Lavrov o fato de que os EUA se opõem à medida

13 ABR 2015 • POR • 15h27

O governo russo decidiu nesta segunda-feira acabar com a proibição da entrega de mísseis terra-ar S-300 ao Irã, estabelecendo um marco legal para o país retomar seus planos de vender um poderoso sistema de defesa aérea para Teerã. O governo americano criticou a medida.

Um decreto do presidente russo, Vladimir Putin, publicado no site do Kremlin hoje removeu formalmente a proibição, que vigorava desde 2010. A medida é tomada antes do prazo de 30 de junho para que as potências, entre elas Estados Unidos e Rússia, cheguem a um acordo final com Teerã sobre o desmantelamento do programa nuclear iraniano.

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A Rússia e o Irã firmaram o contrato de cerca de US$ 800 milhões em 2007, prevendo a entrega dos mísseis S-300. Os EUA e Israel, porém, pressionaram os russos a abandonar o negócio, demonstrando preocupação com o fato de que Teerã possa utilizar o sofisticado sistema de defesa aérea para proteger suas instalações nucleares de um eventual ataque.

O governo russo cedeu em 2010, quando o então presidente Dmitry Medvedev emitiu um decreto proibindo a entrega dos mísseis. Hoje o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que o sistema de mísseis é "de natureza exclusivamente defensiva", portanto não representa ameaça para nenhum governo da região, incluindo Israel. Segundo Lavrov, as sanções em vigor da Organização das Nações Unidas contra o Irã não impedem a entrega dessas armas de defesa aérea.

O secretário de Estado americano, John Kerry, fez objeções ao anúncio de hoje do governo russo. Segundo a Casa Branca, Kerry deixou claro em um telefonema a Lavrov o fato de que os EUA se opõem à medida. O assessor de imprensa da Casa Branca, Josh Earnest, disse que esse acordo poderia até ameaçar os planos de retirar as sanções em vigor contra o Irã, como parte de um acordo nuclear final com o país. O funcionário disse que a unidade e a coordenação com países como a Rússia são fundamentais para o sucesso das negociações. Não há ainda uma solução sobre como ou quando as sanções contra o Irã podem ser retiradas.