Faturamento da indústria cresce 1,9%, mas atividade continua retraída

A capacidade instalada sofreu uma redução de 1,2% em relação a janeiro, enquanto as horas trabalhadas na produção caíram 0,5%, o que, segundo a CNI, mostra “a contração da atividade industrial”

31 MAR 2015 • POR • 16h35

Após três quedas consecutivas, o faturamento da indústria subiu 1,9% em fevereiro, na comparação com o mês anterior. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou hoje (31) a pesquisa Indicadores Industriais, o aumento do faturamento foi insuficiente para caracterizar recuperação do faturamento real, que ficou 9,6% abaixo do registrado em fevereiro de 2014.

A capacidade instalada sofreu uma redução de 1,2% em relação a janeiro, enquanto as horas trabalhadas na produção caíram 0,5%, o que, segundo a CNI, mostra “a contração da atividade industrial”. Em fevereiro, a indústria operou com 79,7% de sua capacidade instalada, o menor nível desde fevereiro de 2009.

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"Os dois primeiros meses de 2015 sugerem que será um ano de muita dificuldade para o setor industrial. A atividade está em nível muito baixo. Além do ajuste fiscal em curso, é necessário que o governo sinalize que serão tomadas medidas estruturantes para estimular uma reação do setor industrial", afirmou, por meio de nota, o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

De acordo com a CNI, a contração na atividade industrial teve reflexo na queda dos postos de trabalho, que permaneceram estáveis nos três meses anteriores. Em fevereiro, o indicador de emprego sofreu redução de 0,1% na comparação com janeiro. Em relação a fevereiro de 2014, a queda alcançou 3,8%.

Apesar da leve queda no emprego, a massa salarial e o rendimento médio reais aumentaram 0,4% em relação a janeiro. Na comparação com fevereiro de 2014, a massa salarial real apresentou retração de 4,6% e o rendimento médio real queda de 0,8%.