Banco Central monitora possíveis impactos da Lava Jato, afirma diretor

Anthero Meirelles afirmou que, apesar de o assunto exigir acompanhamento, há "segurança" de que o sistema financeiro é capaz de absorver impactos

19 MAR 2015 • POR • 15h06

O diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Anthero Meirelles, disse hoje (19) que a Operação Lava Jato e seus eventuais impactos no sistema financeiro são monitorados pela autoridade monetária.

"No âmbito interno, temos  a Operação Lava Jato, de porte, que atinge um setor relevante do ponto de vista econômico.  Evidentemente, é um assunto que tem recebido nossa atenção e monitoramento permanente", informou Meirelles, durante entrevista para apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira, uma análise de riscos no sistema bancário.

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Meirelles afirmou que, apesar de o assunto exigir acompanhamento, há "segurança" de que o sistema financeiro é capaz de absorver impactos. "Posso dizer que, neste momento desafiador, certamente o sistema financeiro é um elo bastante forte da corrente. Fizemos trabalhos bastante amplos para entender toda essa cadeia, todo o potencial de impacto", afirmou.

A um questionamento sobre eventual rebaixamento da nota de bancos por agências de classificação de risco, o diretor do  BC respondeu que o sistema financeiro é "robusto".

"As agências avaliam pensando em retorno, lucratividade. Não avaliamos nenhuma deterioração na solidez e na capacidade do nosso sistema em absorver", disse. Ele destacou que o Relatório de Estabilidade Financeira faz testes de estresse, simulando situações adversas para instituições bancárias, e que os resultados mostram capacidade para enfrentar cenários de choques e situações extremadas.

Hoje cedo, Anthero Meirelles e o presidente do BC, Alexandre Tombini, participaram de reunião com representantes da agência de classificação de risco Fitch. Ontem (18), os membros da Fitch haviam se reunido com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Segundo o diretor, o encontro desta quinta foi "de rotina". "A gente sempre recebe [representantes] de tempos em tempos. Eles conversam com um conjunto enorme de atores na área pública e privada, de modo a conhecer o que o governo está fazendo e como o mercado está enxergando", acrescentou.