Greve já prejudica exportações no Porto de Santos

Dez dias após o início da paralisação dos auditores fiscais da Alfândega do Porto de Santos e Delegacia da Receita, as cargas de importação já ocupam 90% dos terminais de contêineres, prejudicando o depósito das cargas para exportação

11 FEV 2013 • POR • 15h52

O vice-presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, afirma que se vencer o prazo chamado free time para o desembaraço da carga, o operador passa a arcar com o custo de armazenagem, cobrado pelos armadores. O demurrage (custo de estadia) incide sobre os dias que a carga permanecer parada após o vencimento do free time.

Roque explica que para cada contêiner que entra no porto é preciso sair outro. O acúmulo de carga de importação conseqüente da greve está afetando a exportação, impedindo a rápida movimentação. “Por enquanto estamos perdendo em volume de carga, mas se a greve continuar os prejuízos podem atingir centenas de milhões de dólares”.

Segundo Roque a greve afeta o exportador que deixa de cumprir compromissos de contrato e o armador que deixa de ter receita com o frete marítimo. Roque explica que falta contêiner para reposição, então o navio acaba deixando o porto sem o total da carga. A carga de exportação precisa estar no terminal armazenada com 48 horas de antecedência, mas com a falta de espaço está chegando quase em cima da hora, de acordo com Roque.

Os auditores fiscais entraram em greve no último dia 18 e hoje realizam assembléia para decidir pelo fim ou continuidade da paralisação. A categoria reivindica ao Governo Federal a definição da campanha salarial.

Conforme o presidente da Delegacia Sindical da Baixada do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), Wellington Clemente Feijó, apenas 30% do atendimento está mantido, conforme obriga a lei.

Os auditores fiscais que mantêm o atendimento analisam a liberação das cargas conforme a urgência como no caso das cargas perecíveis, explosivas e inflamáveis e medicamentos.

O vice-presidente do Sindamar adiantou que caso a greve continue gerando mais prejuízos há a possibilidade de se impetrar mandado de segurança para garantir o desembaraço das cargas no Porto de Santos.