Morte de opositor russo pode ter ligação com radicais islâmicos ou ucranianos

Nemtsov, um empresário e político liberal que liderou a oposição do país por mais de uma década, foi morto a tiros em uma ponte ao lado do Kremlin no final da noite de ontem

1 MAR 2015 • POR • 01h57

A polícia da Rússia apresentou as investigações preliminares do assassinato do líder da oposição Boris Nemtsov. Segundo as autoridades, a morte dele pode ter ligações com o conflito na Ucrânia, com o extremismo islâmico ou até mesmo com um plano para desestabilizar o país.

Nemtsov, um empresário e político liberal que liderou a oposição do país por mais de uma década, foi morto a tiros em uma ponte ao lado do Kremlin no final da noite de ontem. Investigadores disseram que o caso tem características de um assassinato encomendado.

Leia Também

Suspeito de ataque em maratona será julgado em Boston

Avalanches no Afeganistão matam quase 200 pessoas

Cuba indica "progressos" nas negociações com os EUA

Cambrigde anuncia mudanças em testes de proficiência na língua inglesa

ONU diz que 5 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária

O porta-voz do Comitê Investigativo, Vladimir Markin, disse que a polícia trabalham com três linhas de investigação.

A primeira delas seria a de que Nemtsov foi usado como uma "vítima sagrada" de uma conspiração para desestabilizar o presidente Vladimir Putin.

Em outra hipótese, a morte do opositor estaria ligada à crise na Ucrânia. Nemtsov participou de uma manifestação contra o conflito no país nesta semana. "Não há segredo nenhum que há personagens radicais em ambos os lados em conflito", disse Markin, referindo-se aos que defendem a soberania de Kiev e os que querem a independência do leste da Ucrânia.

A Comissão de Investigação também está considerando a possibilidade de a morte ter ligação com extremistas islâmicos. Nemtsov já havia recebido ameaças depois que ele expressou opiniões críticas ao atentado contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo, em janeiro.

A polícia também não descarta a hipótese de a morte de Nemtsov ter sido um crime passional ou motivado por concorrentes de suas empresas.

Críticas

Líderes de países ocidentais condenaram neste sábado o assassinato de Nemtsov e pediram que o Kremlin garanta que as investigações sejam conduzidas de forma correta.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o povo russo "perdeu um de seus defensores mais dedicados e eloquentes de seus direitos". Na mesma linha, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, saudou a coragem de Nemtsov em criticar as políticas do Kremlin e pediu que o presidente russo, Vladimir Putin, garanta que os assassinos sejam levados à justiça, disse seu porta-voz Steffen Seibert.

A chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, também se manifestou e declarou que o bloco "espera que as autoridades russas conduzam uma investigação completa, rápida e transparente sobre este assassinato, trazendo os culpados rapidamente à justiça".