Dilma e Alckmin discutem crise hídrica nesta sexta

A presidente quer conhecer as medidas emergenciais que o governador está tomando para amenizar o problema da falta de água no Estado e oferecer ajuda do governo federal

30 JAN 2015 • POR • 11h40

Depois de receber no Planalto os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), a presidente Dilma Rousseff se reúne nesta sexta-feira, às 14h30, com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Dilma quer conhecer as medidas emergenciais que Alckmin está tomando para amenizar o problema da falta de água no Estado e oferecer ajuda do governo federal.

Diagnóstico feito pelo governo federal aponta que grande parte da responsabilidade da crise hídrica que afeta São Paulo é do governo do Estado, que recebeu vários alertas do risco de colapso, mas evitou tomar medidas drásticas como o racionamento por causa do período eleitoral. No entanto, o Planalto não pretende incentivar qualquer guerra política, já que o problema não se resume a São Paulo, comandado pelo tucano, e também por temer que este problema possa contaminar o governo federal, embora a distribuição de água seja uma responsabilidade estadual.

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O convite a Alckmin foi feito pela presidente Dilma Rousseff. O Planalto tem dado demonstrações que quer construir parcerias e ajudar na elaboração de projetos para minimizar os problemas da população. Por isso, quer conhecer o plano de contingência de Alckmin. Dentro desta ideia, na semana passada, foi anunciada a liberação de R$ 800 milhões para que seja feita a inclusão no PAC das obras de interligação do reservatório Jaguari-Atibainha. A proposta havia sido trazida pelo governo paulista ao federal em dezembro.

O governo federal insiste na necessidade de realização de obras emergenciais porque as que estão sendo apresentadas só darão resultados em médio prazo e a situação é considerada crítica. O governo federal reconhece que janeiro foi um mês frustrante em relação às chuvas, mas lembra que vários relatórios da Agência Nacional de Águas (ANA) e o próprio Departamento de Água e Esgoto de São Paulo apresentaram o problema com antecedência. Lembra, por exemplo, que se em agosto tivesse sido adotado o sistema de racionamento de 24/24 horas, teria conseguido economizar quantidade água que não levaria a esta suspensão de abastecimento de cinco dias sem água para dois com água. Caso a situação se agrave ainda mais, o governo federal poderá oferecer até mesmo transporte de água por trem, carro pipa e construção de cisternas.

Na conversa poderá ser discutida ainda a possibilidade de usar água da represa Billings para abastecer os sistemas Guarapiranga e Alto Tietê, que também sofrem as consequências da seca, proposta apresentada por Alckmin esta semana. Há preocupação no Ministério das Minas e Energia de que esta transposição afete o fornecimento de energia no Estado.