Sindicato vai discutir jornada e demissões em assembléia

Mudança na escala de trabalho na Moinho Santos (Bunge Alimentos) poderá ocasionar 22 demissões

31 JAN 2013 • POR • 23h04

Diante do impasse no acordo para mudança na jornada de trabalho semanal entre a Moinho Santos e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias e Alimentos de Santos e Região, a questão será discutida com a categoria em assembleia, na sede do sindicato, amanhã, a partir das 18 horas. O objeto do acordo em negociação é a implantação da jornada de 40 horas semanais, que poderá custar a demissão de 22 funcionários.

A Moinho Santos, administrada pela Trigo-Brasil do Grupo Bunge Alimentos, planeja implantar a partir do dia 3 de agosto, a escala 6X1(trabalha seis dias e descansa um), o que reduzirá o quadro de pessoal para cerca de 80%.

A medida, segundo informou a empresa, em nota, na última segunda-feira, é para reduzir custos. A Moinho Santos justifica que a crise econômica mundial ocasionou queda nas exportações de trigo e derivados, e conseqüentemente a redução na produção de farinha de trigo.

Segundo o presidente do sindicato, Adelson Vila Nova, atualmente a jornada semanal é de 12h x 36h. Porém, em reunião realizada entre o sindicato e representantes da empresa, na última terça-feira, o sindicato propôs à empresa a jornada de 40 horas semanais em lugar da escala 6X1 e sugeriu um Plano de Desligamento Voluntário (PDV) com prêmio.

Adelson explicou que a implantação da jornada de 40 horas levaria à dispensa de funcionários, por isso foi pedido à empresa que estude a implantação do PDV.

Segundo ele, a Moinho de Santos acenou para uma possível demissão de 22 trabalhadores, com a implantação da jornada de 40 horas. A empresa não confirma o número de funcionários que poderão ser demitidos ou quando ocorrerão os cortes.

“Nós não aceitamos discutir demissão”, enfatizou Adelson. Adelson afirmou que caso a empresa efetue as demissões, será mantida a escala 12hX36h, conforme reza acordo de trabalho. “A escala 12hX36h tem vigência por mais de um ano ainda e caso ocorram as demissões, vamos manter essa escala”.

Por meio da assessoria de imprensa, a empresa manifestou na quarta-feira passada que não comentará sobre a sugestão do PDV e mantém sua posição informada na última segunda-feira.