Guarujá divulga primeiros laudos sobre qualidade da água

Os resultado são de nove amostras coletadas pela Vigilância Sanitária do Município na primeira quinzena de junho

29 JAN 2013 • POR • 21h45

A Prefeitura de Guarujá começou a publicar os laudos de análise da potabilidade da água distribuída pela Sabesp, no Diário Oficial do Município, em cumprimento à Lei 3.749/2009, sancionada pela prefeita Maria Antonieta de Brito, no final de abril. Os laudos são do Instituto Adolfo Lutz. No Diário Oficial de ontem foram publicados nove laudos do lote de amostras colhidas na primeira quinzena de junho.

Embora alguns laudos apresentem teor de cloro residual livre acima do limite recomendado, o chefe da Divisão de Vigilância Sanitária de Guarujá, Carlos Leda de Araújo, explicou que, em casos de enxurradas decorrentes das chuvas, é necessário aumentar o teor para garantir a potabilidade no final de rede. Araújo disse ainda que apesar de não serem ideais, as alterações constatadas estão dentro da normalidade prevista na portaria 518. 

Araújo informou que 18 amostras são colhidas por mês em finais de rede de pontos em comunidades carentes e escolas. Os lotes colhidos semanalmente são enviados ao Instituto Adolfo Lutz para análise. Os resultados dos laudos são concluídos em aproximadamente 15 dias.

Araújo explica que a coleta de amostras sempre foi feita pela Vigilância Sanitária, porém, houve um aumento gradativo no número de amostras de 12 para 18, para um melhor acompanhamento da qualidade da água.

“Nós ainda não temos a Estação de Tratamento da Sabesp, mas temos um sistema de tratamento na Cidade, e procuramos monitorar a qualidade da água da melhor maneira possível. Quando constatamos alguma alteração na água, notificamos à Sabesp para que tome as providências para solucionar a anomalia”.

A Vigilância aguarda o envio dos resultados das amostras da segunda quinzena de junho pelo Adolfo Lutz. Todos os laudos serão publicados no Diário Oficial de Guarujá, em cumprimento à Lei 3.749/2009.

Obrigatoriedade

O projeto de lei que dispõe sobre a obrigatoriedade da publicação dos laudos de potabilidade no Diário Oficial foi elaborado pelo vereador da Câmara de Guarujá Gilberto Benzi em virtude dos protestos realizados no Município contra a Sabesp, devido às suspeitas de baixa qualidade da água distribuída. A água oferecida estaria contaminada por coliformes fecais e provocando problemas de saúde na população.

A Câmara chegou a convocar o secretário municipal de Saúde Geronimo Ferreira Vilhanueva e representantes da Sabesp para prestarem esclarecimentos em audiências públicas. O diretor dos Sistemas Regionais da Sabesp, Umberto Semeghini, participou de uma audiência, representando o diretor-presidente da Sabesp, Gesner Oliveira.

Sabesp foi multada

A Sabesp inclusive foi condenada liminarmente a pagar multa estimada em R$ 153 milhões, por não fornecer água de qualidade aos consumidores, conforme ação civil pública movida pela ONG Princípios, desde 2007. Na ocasião, Semeghini rebateu a posição da ONG Princípios. “Eu não posso admitir que alguém diga que a Sabesp não forneça água potável. O fato de ter dado em uma amostra coliformes fecais não significa que a água está poluída”.

Para Benzi, o objetivo do projeto foi esclarecer de uma vez por todas essas dúvidas. “A proposta do projeto foi exatamente desmistificar essa problemática, tornar clara a situação da água da Cidade. E se houver alguém problema, que ele seja resolvido”.