Anvisa presta esclarecimentos sobre o vírus Ebola a sindicatos portuários

O presidente da entidade, Everandy Cirino dos Santos, abriu o encontro expondo as preocupações dos trabalhadores com relação à chegada de navios provenientes de áreas epidêmicas

22 AGO 2014 • POR • 18h36

As lideranças sindicais portuárias de Santos reuniram-se hoje (22), na sede do Sindicato da Administração Portuária (Sindaport), para obter esclarecimentos sobre o vírus Ebola, que se manifestou em quatro países do continente africano. O presidente da entidade, Everandy Cirino dos Santos, abriu o encontro expondo as preocupações dos trabalhadores com relação à chegada ao Porto de Santos de navios provenientes de áreas epidêmicas (Nigéria, Serra Leoa, Libéria e Guiné). Outras lideranças sindicais reforçaram essa preocupação.

O Superintendente de Fiscalização, Controle e Monitoramento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o médico infectologista Eduardo Hage Carmo, prestou esclarecimentos sobre o vírus Ebola e tranquilizou os líderes sindicais, explicando que o risco de infecção para quem viaja para os países comprovadamente afetados com vírus Ebola, até o momento, é considerado muito baixo, a menos que ocorra contato direto com pessoas ou animais (doentes ou mortos) infectados. Segundo o superintendente, a transmissão do vírus resulta de contato direto com fluídos ou secreções corporais de indivíduos infectados. Portanto, o risco maior de infecção está associado à exposição desprotegida. Carmo frisou que não há qualquer notificação ou suspeita, até o momento, de chegada do vírus ao Brasil. A Anvisa, por conta do vírus Ebola, incorporou, neste período, itens de verificação específicos que incluem a checagem da origem e o quadro de saúde dos viajantes.

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Carmo explicou que a Agência definiu procedimentos padrões para os casos suspeitos de contaminação, que incluem o isolamento e a remoção, pelo Samu, por equipes com treinamento específico para esse atendimento. O órgão também enviou comunicados aos comandantes de embarcações para que relatem casos suspeitos, que se caracterizam pela circulação de pessoas, nos últimos 21 dias, pelos países afetados e que apresentem sintomas.

Como medida preventiva, as unidades da Anvisa em portos, aeroportos e fronteiras se mantém em estado de alerta para eventos de saúde relacionados a viajantes. Assim, caso necessário, os planos de contingência já existentes para Emergências de Saúde Pública de Interesse Internacional (ESPII) serão ativados.

O diretor do Departamento de Revitalização e Modernização Portuária da Secretaria de Portos, Antonio Maurício Ferreira Netto, destacou a iniciativa dos sindicatos como de fundamental importância para manter o trabalhador portuário informado e tranquilo quanto aos cuidados adotados pelo órgão fiscalizador de saúde no Porto de Santos. Ferreira Netto disse, ainda, que a SEP e a Anvisa tratarão, em caráter de urgência, da atualização e adaptação dos Planos de Contingência para Emergências de Saúde Pública e no Sistema de Acompanhamento de Saúde Pública nos Portos.

A Superintendente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Alexandra Sofia Grotta, anunciou que no próximo dia 04 de setembro será realizado um novo encontro, no Centro de Treinamento da empresa, a fim de prestar esclarecimentos  à comunidade portuária  sobre o tema.

O chefe do Escritório em Santos da Anvisa, Francisco Chagas, revelou que até 04 de setembro atracam no Porto de Santos 49 embarcações, sendo que apenas uma delas é proveniente da África e não realizará escalas em áreas epidêmicas. Chagas explicou que a Anvisa não trabalha somente com a última procedência do navio, mas acompanha todas as escalas feitas nos últimos 21 dias que precederam sua chegada a Santos.

A Anvisa e Codesp enviarão aos sindicatos informações sobre a doença e procedimentos nos portos, aeroportos e fronteiras, para que seja produzido um boletim informativo a ser distribuído aos trabalhadores portuários.