Teste rápido de HIV antes do parto ajuda a evitar transmissão vertical

Com a capacitação, a Sesap pretende expandir o teste rápido para HIV em gestantes às unidades básicas de saúde, no início do pré-natal e no terceiro trimestre de gestação

22 AGO 2014 • POR • 12h07

Gestantes que dão entrada ao Hospital Municipal Irmã Dulce para dar à luz já fazem o teste rápido para pesquisa do HIV, o vírus da Aids. A medida permite a adoção de medidas profiláticas para prevenir a chamada transmissão vertical, da mãe para o bebê, quando em caso positivo. Aprimorando esse atendimento, enfermeiros do complexo participaram de capacitação sobre os testes rápidos para HIV, hepatites B e C e sífilis promovida pela Secretaria de Saúde Pública (Sesap) para profissionais da rede municipal. O evento foi realizado de 18 a 20 deste mês, no anfiteatro do hospital.

Com a capacitação, a Sesap pretende expandir o teste rápido para HIV em gestantes às unidades básicas de saúde, no início do pré-natal e no terceiro trimestre de gestação, conforme prevê resolução da Secretaria de Estado da Saúde publicada em junho deste ano, que também determina a realização do teste no momento do parto, a exemplo do que já acontece no Irmã Dulce. A informação é da coordenadora do programa DST/Aids e Hepatites Virais, Simone de Lara Castro, que conduziu a capacitação.

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A iniciativa faz parte do programa Rede Cegonha do governo federal, detalhado pela médica Solange Cavalhieri, referência em Obstetrícia e coordenadora do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) da Sesap. Durante sua exposição, a obstetra esclareceu o fluxo de atendimento das gestantes do Município desde o exame de confirmação de gravidez até após o nascimento do bebê, o Pré-natal Legal, o papel do Nasf e outros assuntos.

Pré-Natal do Pai 

No segundo dia de capacitação, o médico Marcelo Veiga do Marco discorreu sobre aspectos gerais do HIV/Aids e sífilis, defendendo o pré-natal do pai, em que o homem também passa por exames e, quando preciso, inicia o tratamento de doenças que podem ser transmitidas à gestante e, por conseguinte, ao feto. É o que caso da sífilis, uma doença que pode provocar sérios problemas no bebê, aborto ou morte ao nascer, mas que pode ser tratada na gestação. “É importante a participação do parceiro no pré-natal.”

Explicando a diferença entre o portador do vírus HIV e a pessoa que desenvolve a doença, Marco falou dos avanços no tratamento da Aids, frisando a importância da prevenção com uso de preservativo em relações sexuais. “Evoluímos muito nos últimos anos, em qualidade de vida. Não tem como curar, mas o governo fornece o tratamento. (...) O Brasil é exemplo mundial para tratamento de HIV”, destacou.

Sobre a transmissão vertical da sífilis, o médico defendeu o início do tratamento, feito com penicilina, na gestante assim que se confirme a doença. “Vocês têm um compromisso para que se consiga eliminar a transmissão vertical de HIV e sífilis. Esse é um compromisso de todos nós. Precisamos fazer a nossa parte”, acentuou aos profissionais de saúde presentes.