Confira as poesias vencedoras do concurso do DL de poesia

Resultados foram anunciados em cerimônia realizada na quinta-feira (14)

17 AGO 2014 • POR • 09h55

Em cerimônia realizada na última quinta-feira, 14, no espaço de eventos do jornal, o Diário do Litoral premiou os três primeiros colocados do I Concurso de Poesia.

Na ocasião, foram entregues os diplomas e os cheques da premiação. Além dos poetas finalistas do concurso, a premiação contou com a presença da deputada federal Maria Lúcia Prandi, da ex-secretária de Cultura de Guarujá e ex-deputada federal Mariângela Duarte, e pelo ex-secretário de Cultura de Santos, Carlos Pinto.

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O poema vencedor, ‘Soneto de Amor Imperfeito’, é de autoria do professor de Língua e Literatura do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) e Paulo Franco, de Ribeirão Pires, que recebeu o prêmio das mãos do diretor-presidente do DL, Sérgio Souza.


A poesia ‘Cordel’, de Guilherme Cardoso Antunes, foi a segunda colocado. Guilherme recebeu a premiação da editora-chefe do DL, Tatyane Casemiro. O terceiro lugar foi para o poema ‘Clandestina’ de Natasha Felix, de 17 anos. A jornalista Vanessa Ratton entregou o prêmio.

O DL recebeu 347 poesias de 150 autores do Brasil, e um de Portugal.


1º lugar
Soneto do Amor Imperfeito
Paulo Franco

Não quero mais buscar o amor perfeito
Pra camuflar o sentimento em chama
E amortecer o que me dói no peito,
A mesma dor de todo ser que ama.

Que amar assim, eu sei, não é direito,
Pois todo peito preso nesta trama
Adoecido faz do olhar um leito
Pra adormecer a fonte deste drama.

Vou procurar amar só o instante
Um amor maior, porém um passageiro
Tão transeunte quanto o amante

Que tenha amores pelo mundo inteiro
E ao invés da dor o peito sempre cante
O imperfeito amor que é o verdadeiro.


2º lugar
Cordel
Guilherme Antunes
 
O silêncio de uma dor que não cala
O silêncio como o amor que sussurra
 
A palavra de uma dor que nos fala
A palavra como o amor que se jura
 
A poesia para uma dor que a distraia
A poesia de um amor que nos cura
 
O verbo atravessando o tempo
O tempo atravessando o outro
O outro atravessando a gente
A gente nesta travessia
A gente nesta trapalhada
A gente nesta patuscada
Cordel de lágrimas
E alegrias.
 

3º lugar
Clandestina
Natasha Felix
 
Morrem mais quatro na favela do Jacarezinho
Um fazedor de pães
Uma professora sem magistrado
Uma criança mirando pro alto
Um cachorro desavisado
 
Se perguntarem, foi confronto e pronto.
Metonímia crua de um todo mais que largo.
Contra fatos não há retratos
Há maltrato, desamparo, caco
Pingo de bala no chão, silêncio na multidão
(sem um pio, eles ouvirão)
 
Uma flor nasce no cantinho
Entre um beco e um suspiro
Drummond bem que avisou:
Tenho apenas duas mãos.