Durante visita, premiê consegue cessar-fogo de Israel

Primeiro-ministro do Egito presenciou, no entanto, ataques de Palestinos

17 NOV 2012 • POR • 15h15

Israel ofereceu suspender a ofensiva militar na Faixa de Gaza para uma breve visita do primeiro-ministro do Egito, Hisham Kandil, nesta sexta-feira (16). Para a executar a proposta, a condição do país era de que os militantes palestinos também interrompessem os ataques com foguetes. No entanto, segundo uma autoridade israelense, explosivos continuaram a ser disparados de Gaza em direção ao sul de Israel. 

Militantes palestinos aumentaram seus ataques de foguetes enquanto Hesham Kandil cruzava as fronteiras do Egito para Gaza, pouco antes do meio-dia. A única passagem entre as duas regiões estava sendo fortemente vigiada pela força de segurança egípcia, que portava coletes à prova de bala e rifles. Kandil foi recebido pelo líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, que se aventurou a sair em público pela primeira vez desde que Israel lançou a ofensiva na quarta-feira ao assassinar o comandante militar do grupo palestino.
 
“O Egito não vai hesitar em aumentar os esforços e fazer sacrifícios para acabar com a agressão e conseguir uma trégua duradoura”, disse Kandil em uma coletiva de imprensa em um hospital da Cidade de Gaza, após visitar algumas vítimas dos últimos ataques. Israel afirmou ao primeiro ministro que o Exército “realizaria um cessar-fogo sob a condição de que, durante a visita, não houvesse fogo hostil de Gaza contra Israel”, disse o oficial israelense.
 
“O primeiro-ministro Netanyahu está comprometido com o tratado de paz com o Egito, que é do interesse estratégico de ambos os países”, acrescentou, sem se identificar. O porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld, disse que os militantes estão deixando sua posição bem clara em relação à trégua. “Não há qualquer intenção de parar de disparar contra Israel”, afirmou.
 
 
Clima tenso
 
Após três horas de visita o primeiro-ministro egípcio deixou o local sob um clima tenso. Kandil conversou com Haniyeh e foi a um hospital em Shifa onde estão internadas pessoas que se feriram durante os confrontos com os israelenses. No percurso até o hospital, um porta-voz do Ministério da Saúde da Autoridade Palestina disse que um jovem de 19 anos foi morto e três pessoas ficaram feridas após um ataque aéreo.
 
O Exército de Israel informou que houve vários disparos durante a visita do primeiro-ministro egípcio. Os confrontos se intensificaram há dois dias. Ao menos 19 palestinos e três israelenses foram mortos desde então.