Após cirurgia, mulher fica presa em elevador da Casa de Saúde

Caso indignou vereador santista, que vai acionar o Ministério Público

4 JUL 2014 • POR • 23h50

O que seria uma simples cirurgia de retirada de ovários, se transformou num verdadeiro martírio em busca de leito e indignação com a falta de manutenção da Casa de Saúde de Santos. A situação a qual foi submetida a paciente Regiane Rolemberg chegou aos ouvidos do vereador Antonio Carlos Banha (PMDB), que vai acionar o Ministério Público e a Agência Nacional de Saúde (ANS) contra o hospital.

“A minha esposa foi submetida a uma experiência vergonhosa. Hoje em dia, nem quem tem plano de saúde se salva do descaso em hospitais”, diz, revoltado, o marido de Regiane, Carlos Eduardo Carrilho, que acompanhou todo o ocorrido de perto e contou o cenário ao Diário do Litoral.

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A cirurgia de Regiane estava marcada para as 7h30 da última quarta-feira, dia 2. Chegando ao hospital, a paciente e o marido foram informados que a cirurgia seria adiada em duas horas, porque o hospital não tinha leitos disponíveis. Segundo Carrilho, a categoria da Unimed Santos, plano de saúde de Regiane, dá direito a quarto individual ao usuário. “Nem isso nós conseguimos quando chegamos. Ela (Regiane) teve que se trocar e se preparar para a cirurgia em um quartinho improvisado”, ressalta.

Cirurgia realizada, Regiane foi levada para a sala de recuperação, onde permaneceu quase três horas a mais do tempo previsto, porque o hospital ainda não dispunha de leitos para a transferência da paciente para o quarto.

Enfim, quando Regiane foi retirada da sala de recuperação, o susto. Quando ela, na maca, acompanha do marido e uma enfermeira, entraram no elevador para chegar ao quarto, ocorreu uma queda de energia. “Ficamos parados dentro do elevador por exatos 60 minutos”, conta Carrilho. Segundo ele, a esposa se sentiu mal e chegou a ter queda de pressão.

“É um absurdo a falta de manutenção na Casa de Saúde. Onde já se viu uma recém operada ficar dentro de um elevador por uma hora?”, diz, inconformado, o marido.

Ação

O vereador santista Antonio Carlos Banha também ficou indignado com o caso e promete tomar providências. “É uma situação inaceitável, que depõe contra a dignidade humana, partindo, sobretudo de um estabelecimento que tem, dentre as suas atribuições precípuas, garantir a saúde e qualidade de vida das pessoas”, disse o parlamentar.

Banha se colocou à disposição da família para levar a situação aos órgãos de controle e fiscalização, além das demais autoridades, para investigação e aplicação das sanções cabíveis.

Além disso, o vereador pretende acionar o Ministério Público e a ANS para tratar do caso, e até mesmo o Corpo de Bombeiros para verificação da existência ou não do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) do prédio da Casa de Saúde.

Resposta

A Casa de Saúde se posicionou sobre o caso. A instituição assume que houve realmente uma queda de energia na rede elétrica da CPFL que abastece o hospital, o gerador retomou imediatamente o abastecimento de energia do hospital, diz a assessoria de Imprensa. No entanto, o elevador no qual estava a paciente, com o pico de energia no momento, travou o sistema e não retornou junto com o gerador.

A equipe especializada neste tipo de socorro foi acionada. A assessoria de Imprensa do hospital, no entanto, afirma que o processo para liberação da paciente demorou em torno de 30 minutos.

O hospital ressalta que os equipamentos estruturais são revisados periodicamente.

Quanto à demora para a liberação de uma vaga de internação, a Casa de Saúde explica que o hospital estava lotado e a paciente aguardou no setor pós-cirúrgico até a liberação de um apartamento, “recebendo toda atenção e cuidados médicos devidos. Em momento algum houve negligência da Casa de Saúde Santos no atendimento à Sra. Regiane”, ressalta em nota.