Filho alega que estava sob 'obsessão espiritual' quando matou Eduardo Coutinho

Daniel Coutinho disse ao juiz Fábio Uchôa que, dias antes do crime, raspou a cabeça por "intuição"

2 JUL 2014 • POR • 19h49

Daniel de Oliveira Coutinho, filho do cineasta e documentarista Eduardo Coutinho, disse que assassinou o pai e feriu a mãe, Maria das Dores, por impulso, quando estava sob domínio de uma "obsessão espiritual". Ele prestou depoimento na tarde desta quarta-feira, dia 2, no 1.º Tribunal do Júri, na última audiência de instrução no processo em que é julgado por homicídio qualificado e tentativa de homicídio.

Daniel Coutinho disse ao juiz Fábio Uchôa que, dias antes do crime, raspou a cabeça por "intuição". Sem cabelos, contou ter encontrado uma inscrição com os números 666 e se disse vítima de uma "obsessão espiritual". Ele, então, passou a dormir com uma faca. Na manhã de 2 de fevereiro deste ano, Daniel acordou "em pânico, sobressaltado" e decidiu matar os pais e depois suicidar-se. Atacou os pais enquanto dormiam para que tivessem "uma morte indolor", segundo disse.

Leia Também

Mulher de publicitário pode ser mentora de crime, diz polícia

Denúncias sobre os 10 mais procurados de SP serão recompensadas

Jovem, homem, negro é o perfil dos que mais morrem de forma violenta no país

Brasil bate recorde em homicídios e fica em sétimo lugar entre 100 países

Mapa mostra aumento e disseminação da violência no Brasil

Daniel contou que primeiro agrediu a mãe, que despertou e conseguiu correr para o banheiro. Em seguida, atacou o pai. "A pessoa que entrou no quarto dos meus pais achava que era Satanás Quando achei a sequência de números na minha cabeça, eu pensava que era o demônio. Era uma obsessão espiritual, fui induzido a matar meus pais e depois a me matar. Eu tentei me matar, mas aí não aconteceu nada. Me senti enganado pelos espíritos. Foi quando eu fui procurar ajuda para tentar salvar meus pais", afirmou.

Também foi ouvido o porteiro do prédio em que a família morava, José Roberto do Nascimento. O depoimento de Daniel encerra a fase de instrução processual. O juiz aguarda, agora, o laudo do exame de sanidade mental do filho do cineasta.