Na Bahia, Dilma e Lula defendem concessões de áreas do pré-sal à Petrobras

A presidente criticou os que se opõem à medida. "Muita gente não vai gostar disso, uns porque têm uma visão de curto prazo dessa que é a mais estratégica empresa do Brasil", alegou

27 JUN 2014 • POR • 17h29

A presidente Dilma Rousseff voltou a defender, nesta sexta-feira, 27, a concessão, sem licitação, de quatro áreas do pré-sal para a Petrobras e justificou a operação como uma oportunidade para "aumentar a riqueza da maior empresa brasileira da área de petróleo". "Passamos para a Petrobras, de forma direta, porque a lei permite, uma parte expressiva da riqueza do pré-sal, entre 10 bilhões e 14 bilhões de barris de petróleo só nesses quatro campos, vejam o tamanho da riqueza atribuída à Petrobrás", disse, durante a convenção do PT na Bahia, que confirmou a candidatura do deputado Rui Costa à sucessão do governador Jaques Wagner (PT).

Além de defender a operação, Dilma criticou os que se opõem à medida. "Muita gente não vai gostar disso, uns porque têm uma visão de curto prazo dessa que é a mais estratégica empresa do Brasil", alegou. "Eles não querem saber como é que nós vamos lucrar com o petróleo em 2016, 2017 ou 2018. Eles querem o lucro imediato. São os que têm ações da Petrobras para especular."

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Aos que afirmam que as áreas concedidas à Petrobras deveriam ter sido licitadas pelo governo, a presidente disse que "quem quer investir no Brasil já tem onde investir". "Acabamos de fazer uma licitação do bloco de Libra, da qual participaram a Petrobras, a Shell, a Chevron e duas empresas chinesas", disse. "Então, os que querem investir aqui já têm onde investir. Agora é hora de aumentar a riqueza da maior empresa brasileira da área de petróleo. Porque, fazendo isso, estamos fazendo da riqueza do petróleo um patrimônio inegociável de todos os brasileiros."

Também presente na convenção, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o discurso a favor das concessões à estatal - que chamou de "coisas extraordinárias" para a empresa - e fez críticas às análises feitas pela imprensa sobre a medida.

"Vocês estão lembrados que, em 2010, nós tínhamos feito a concessão onerosa para a Petrobras, capitalizamos a Petrobras e vendemos à Petrobras o equivalente a 5 bilhões de barris e demos uma área para a Petrobras", contou. "Agora, a presidente Dilma pegou essa área da cessão onerosa, que tinha muito mais que 5 bilhões de barris, e fez outra concessão para a Petrobras, e a Petrobras vai pagar, por isso, R$ 15 bilhões ao governo até 2018 Ou seja, a Dilma fez o que 98% dos brasileiros querem que ela faça, que é fortalecer a empresa mais importante que nós temos neste País, orgulho de todos nós."

Para Lula, as análises da imprensa são similares às de "um partido de oposição". "E como foi que a imprensa reagiu (às concessões)? Uma manchete dizia que Dilma fez concessão à Petrobras para resolver o problema de superávit primário, achando que isso foi uma jogada do governo. Outra dizia que a Dilma, mais uma vez, burlou o mercado porque não fez licitação. Outra dizia que caiu a confiança do mercado no governo", argumentou. "O mercado nunca ganhou tanto dinheiro quanto ganha hoje neste País. A imprensa deveria utilizar pelo menos o bom senso para fazer comentários sobre atitudes da presidente Dilma, em vez de se colocarem contra, passando informações desvirtuadas "