Final da Copa, no Rio, terá a proteção das Forças Armadas

O Exército não tomará conta do Maracanã e nem fará a revisão de bolsas ou de ingressos. Mas fará todo o acompanhamento de chefes de Estado e de delegações

20 JUN 2014 • POR • 19h23

O governo já começa a preparar o esquema de segurança para a final da Copa do Mundo, no Maracanã, no dia 13 de julho, e prevê o uso das Forças Armadas, além da Polícia Federal. O Estado apurou que as forças que estão hoje deslocadas em diversas sedes pelo País serão realinhadas para atuar na capital fluminense.

O Exército não tomará conta do Maracanã e nem fará a revisão de bolsas ou de ingressos. Mas fará todo o acompanhamento de chefes de Estado e de delegações. Seus homens ficarão posicionados em locais estratégicos. Além disso, o plano é de que, nas casernas no Rio, haja um reforço no número de efetivo. Eles estarão de prontidão e poderão ser utilizados caso haja a percepção de que o sistema precisa ser reforçado.

Leia Também

Manifestação no Rio já tem seis detidos pela Polícia Militar

Atrasos ficam dentro do padrão na 1ª semana de Copa, diz SAC

Final da Copa, no Rio, terá a proteção das Forças Armadas

Governo altera normas para transporte coletivo

Governo recebeu 3,8 mil denúncias de violações contra menores desde maio

Se a final já seria uma partida de alto risco, os resultados da Copa indicam que não será impossível uma decisão entre duas seleções sul-americanas. Na prática, isso significaria a invasão da cidade por torcedores de ambas as seleções. Entre os cenários está uma possível final entre Brasil e Argentina ou Brasil e Uruguai.

Fontes do governo confirmaram ao Estado que, até a final, o reforço da segurança ocorrerá com outras forças, incluindo a Polícia Militar. A Fifa não quer a militarização da Copa e resistiu à proposta do governo. Mas teve de ceder em relação à final. Nos últimos dias, uma crise foi instalada entre a Fifa e o governo, com a entidade acusando as autoridades de falhar na segurança do evento. Em dois jogos, o Maracanã registrou duas invasões.

O número final de homens para a decisão da Copa ainda não está definido. Mas o que está certo é de que o reforço virá de todas as regiões do País. No início da noite desta sexta-feira, no Rio, uma reunião entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Forças Armadas e Fifa vai definir o esquema de segurança para o restante da Copa.

Além da proteção de torcedores e da "Família Fifa", o que está levando o governo a usar as Forças Armadas é o fato de que um número cada vez maior de chefes de Estado estão indicando ao Itamaraty e ao Palácio do Planalto que planejam viajar ao Rio de Janeiro para a final.

Além da presidente Dilma Rousseff, a presença dos presidentes da Rússia, China, África do Sul e de vários países sul-americanos começa a ser considerada como praticamente certa.

Antes de a Copa começar, o clima de incerteza em relação aos protestos inibiu a viagem de presidentes ao Brasil. Na abertura, apenas sete deles estavam na tribuna de honra e, ainda assim, de países que nem sequer estavam no Mundial. Mas a constatação de que as manifestações não aconteceram incentivou as chancelarias a confirmar a viagem de seus líderes de governo.