Harry tocará músicas inéditas no show de sexta-feira em Santos

Banda santista volta a se apresentar na Cidade depois de um ano

19 MAI 2014 • POR • 15h20

Uma das principais bandas eletrônicas do Brasil volta a se apresentar em Santos esta semana. O Harry, formada em Santos, em 1995, tocará no Café Central (Rua Frei Gaspar, 43, no Centro), a partir das 22 horas.

O vocalista do grupo, o santista Johnny Hansen, bateu um papo com o Diário do Litoral, e falou sobre o que o público vai ouvir no show que marca o reencontro do Harry com os santistas depois de um ano – depois de uma vigorosa apresentação, no ano passado, com o Harry and the Addicts, em maio de 2013, no Studio Rock.

Hansen também comenta o resultado da campanha lançada na internet para recuperar o prejuízo sofrido em um golpe em São Thomé das Letras, em Minas, onde ele está radicado.

Diário do Litoral – O repertório do show de sexta-feira será baseado em quais álbuns da banda?

Johnny Hansen – Basicamente, no ‘Fairy Tales’, que foi regravado com mais nove musicas novas, mas terá também músicas dos outros discos e algumas inéditas que ainda não foram gravadas.

DL – No show realizado no ano passado em Santos, vocês tocaram a ‘Das Model’, do Kraftwerk, outras covers estão previstas?

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Hansen - A gente deve tocar a ‘Das Model’, que é a versão em alemão, de novo, e também ‘Sailing’, que é a música nova do Mike Oldfield. Geralmente, tocamos também ‘The Devil´s Right Hand’, do Steve Earle, mas baseada na versão do Waylon Jennings, e algumas do The Who, como ‘The Kids Are Alright’ e ‘Mary Anne With The Shaky Hand’. Mas, dessa vez acho, que não haverá tempo para tocar tudo isso.

DL – Há quanto tempo você está radicado em São Thomé das Letras e como está a cena musical de lá?

Hansen - Vou para São Thomé, onde minha namorada mora, desde 2009, mas já fazia um ano que eu não vinha para cá. Lá não tem cena, só bandas cover. Eu mesmo faço parte de algumas para ganhar a vida. Acho isso terrível, mas o público lá (como no resto do País, aliás) parece não ter discernimento para ouvir algo que não conhece e decidir se gosta ou não. Isso é resultado de décadas de deseducação.

DL – Falando em São Thomé das Letras, qual foi o resultado da campanha que você lançou na internet para se recuperar do golpe que sofreu lá?

Hansen - A meta total que eu estabeleci para a campanha serviria para a aquisição de todo o equipamento para fazer um set acústico (violão, caixa ativa, microfone e pedestal). As colaborações atingiram em torno de 75%, mas a meta principal, que seria pagar o violão Fender, foi atingida.

Leia também: Músico santista leva golpe e abre campanha

DL – Que artistas e bandas te influenciaram quando você pensou em montar o Harry?

Hansen - A influência era a cena pós punk da época, aliada ao emergente techno pop (hoje chamado de synth pop), mas acho que não podemos ser chamados de xerox de nenhuma banda específica, como muitas bandas “brazileiras” (favor não corrigir o modo como eu escrevo, com ‘z’).

DL – Que bandas você está ouvindo hoje?

Hansen - Eu perdi um pouco aquela compulsão de ouvir tudo que é lançado toda semana. Como estou estudando guitarra a sério de novo, tenho ouvido muito hard clássico e virtuosos, coisa que eu não escutava antigamente. Mas o melhor álbum que ouvi este ano até agora foi o ‘Man On The Rocks’, do Mike Oldfield.

DL – Tem alguma cidade do Brasil onde hoje a cena musical está interessante, na sua avaliação?

Hansen - Tem. Stockholm, Düsseldorf. Xii, mas essas não ficam aqui no Brazil (ele insiste em grafar com ‘z’ também), né?

DL - É mais fácil gravar hoje ou era na época em que o Harry começou? A internet, com seus canais como o Youtube, é mais uma aliada ou inimiga do artista?

Hansen - Gravar hoje é mais fácil. Ser ouvido é mais difícil. A internet é altamente positiva, mas ao mesmo tempo o excesso de informação dilui o espaço.

DL – Quando deve ser lançado um novo CD do Harry?

Harry - O CD ‘Electric Fairy Tales’ já deveria ter saído, mas acho que nunca houve um disco nosso que não atrasasse. Infelizmente, esse controle escapa de nossas mãos.

Serviço - Harry no Café Central, sexta-feira, dia 23, a partir das 22 horas