Nobre lembra episódios em que manteve Kleina e vê ciclo encerrado

Em seu pronunciamento antes de ouvir perguntas da imprensa, o presidente lembrou que manteve o técnico quando “poucos” o segurariam até dispensá-lo

8 MAI 2014 • POR • 20h41

Paulo Nobre assumiu o Palmeiras prometendo usar estratégias novas em sua gestão, e quis mostrar isso até na entrevista coletiva que deu para explicar a demissão de Gilson Kleina. Em seu pronunciamento antes de ouvir perguntas da imprensa, o presidente lembrou que manteve o técnico quando “poucos” o segurariam até dispensá-lo após perder do Sampaio Corrêa, em sua terceira derrota seguida.

“Essa administração procura não cair na mesmice que encontramos no futebol de seguir o caminho mais fácil. Nesse período, aconteceram episódios nos quais acreditamos que seria normal a demissão do treinador, como os 6 a 2 do Mirassol, a eliminação na Libertadores para o Tijuana em casa, a eliminação na Copa do Brasil do ano passado e no Campeonato Paulista deste ano”, disse, tentando mostrar posicionamento.

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Nobre, na verdade, nunca teve plena confiança em Kleina, tanto que precisou ser convencido a não assumir a presidência já trocando de técnico. Em todos os episódios que citou, olhou o valor da multa rescisória e a falta de opções no mercado para mantê-lo, tanto que só renovou seu contrato em novembro após não conseguir contratar o argentino Marcelo Bielsa, analisar outras seis opções e impor redução salarial.

“Se o técnico não foi trocado em nenhuma dessas oportunidades é porque acreditávamos que o melhor para o Palmeiras seria a permanência dele. E renovamos com o Gilson com muita certeza do que fizemos”, declarou Nobre nesta quinta-feira, usando o argumento de “fim do ciclo” para explicar a saída do técnico.

“No futebol, existem ciclos, e chegamos à conclusão de que o ciclo do Gilson terminou no Palmeiras. Não foi absolutamente nenhuma falta de convicção. Ele foi embora exclusivamente porque concluímos que insistir em um ciclo terminado após quase dois anos seria pior para o Palmeiras e até para ele mesmo”, indicou.

Kleina saiu tão rápido da Academia de Futebol após ser informado de sua demissão que nem se despediu dos jogadores. Publicamente, ouviu um incentivo do mandatário palmeirense para que encontre logo um novo clube – enquanto estiver desempregado, o técnico terá direito a receber até três salários como parte do acordo de rescisão, valor que chega perto dos R$ 900 mil.

“Como presidente, tenho profundo respeito pelo profissional e pela pessoa Gilson Kleina. Sou muito agradecido por tudo que ele fez à frente do Palmeiras. Desejamos muito boa parte ao profissional e que siga uma carreira que tenho certeza que será vitoriosa”, declarou Paulo Nobre.