Neymar carrega peso do protagonismo em sua primeira Copa do Mundo

Desde que substituiu Mano Menezes no comando da Seleção Brasileira, Felipão tem se preocupado em oferecer um ambiente propício para que o atacante se sinta à vontade

7 MAI 2014 • POR • 12h01

O grande protagonista da segunda Copa do Mundo que a Seleção Brasileira disputará em casa tem apenas 22 anos, recupera-se de uma lesão no pé esquerdo e já virou alvo de suas primeiras contestações no futebol europeu. Convocado nesta quarta-feira, Neymar pode até despertar dúvidas em alguns, mas não em Luiz Felipe Scolari.

Desde que substituiu Mano Menezes no comando da Seleção Brasileira, Felipão tem se preocupado em oferecer um ambiente propício para que Neymar se sinta à vontade. Na Copa das Confederações, deu a camisa 10 ao atleta e foi recompensado com grandes atuações (valeram o troféu de melhor jogador do torneio) no decorrer da campanha vitoriosa.

Mais recentemente, Felipão também não deu importância às críticas que Neymar sofreu em virtude do mau momento do Barcelona. Chegou até a suspeitar de uma conspiração espanhola contra o brasileiro. “Ele é criticado por quem? Alguém tem interesse em criticá-lo em um país distante. Se vocês, brasileiros, verem os jogos, perceberão que ele é exponencial para a sua equipe. Os jornalistas de lá têm interesses”, atacou.

No Barcelona, Neymar não é tratado como o principal protagonista – o papel cabe ao argentino Lionel Messi. O contrário ocorre na Seleção Brasileira, em que o jovem já pode ser considerado um dos líderes do grupo, apesar da pouca idade. “Ele vem, fica feliz e joga. Aqui, temos um estilo diferente de trabalhar”, destacou Felipão.

Seja como for, a experiência no Barcelona serviu para Neymar ganhar rodagem diante de jogadores que enfrentará na Copa do Mundo. E ainda o colocou em maior evidência. Antes de o atacante deixar o Santos, o suíço Joseph Blatter, presidente da Fifa, dizia que ele só seria o melhor do mundo sem atuar no futebol europeu se fosse o protagonista de uma Copa do Mundo.

Para Pelé, que já incomodou Felipão por seus palpites para o Mundial, a evolução de Neymar no Barcelona é evidente. Apesar de o jogador ser geralmente chamado de “piscineiro” na Espanha – além de aproveitar todo o espaço que pode para fazer publicidade. “Para o Brasil, o Neymar ter ido para o Barcelona foi uma das melhores coisas. Ele é um grande jogador, sem dúvida, mas tínhamos encontrado algumas dificuldades para que entendesse que deve jogar em pé. Tinha o apelido de cai-cai aqui. Conversei com ele várias vezes sobre isso”, comentou, no mês passado.

Na mesma entrevista, Pelé alertou para o risco de jogar o peso da tentativa de conquistar um título mundial em casa sobre a camisa 10 de Neymar. “Não podemos colocar toda a responsabilidade em cima do Neymar. É claro que o Brasil tem a melhor seleção, mas não é só ele que vai ganhar o Mundial. Precisamos de uma equipe bem montada”, advertiu.

Pelé tem propriedade para falar. Afinal, aos 17 anos, ele também liderou a Seleção Brasileira em um triunfo em Copa do Mundo, em 1950 – oito anos depois de o País ser vice-campeão em casa. Em 2014, Neymar só não foi o mais jovem entre os convocados de Felipão porque nasceu sete meses depois do que o companheiro Bernard, do ucraniano Shakhtar Donetsk.