Teste do olhinho: a importância da detecção precoce das doenças oculares

No teste, o médico ilumina o olho do recém-nascido com um feixe de luz e observa a presença de um reflexo vermelho

2 MAI 2014 • POR • 15h40

Muitas doenças e lesões que prejudicam o desenvolvimento da visão podem ser identificadas logo nos primeiros dias de vida do bebê. O recurso usado para isso é o teste do reflexo vermelho, popularmente conhecido como teste do olhinho, um exame simples, rápido e indolor, realizado pelo pediatra ou neonatologista.

No teste, o médico ilumina o olho do recém-nascido com um feixe de luz  e observa a presença de um reflexo vermelho, que só pode ser visto se não houver nenhum obstáculo para entrada e saída de luz pela pupila, o que significa um resultado normal. Se considerado duvidoso ou alterado, o bebê é encaminhado para uma consulta especializada com o oftalmologista.

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Segundo a dra. Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck, vice-presidente do Departamento de Neonatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), o teste propicia a detecção precoce de diversas doenças oculares, como  catarata congênita, opacidades corneanas, glaucoma congênito, infecções intraoculares e retinoblastoma, que é um câncer da retina.

“O ideal é que as patologias sejam identificadas o mais cedo possível, assim podem ser tratadas antes do seu agravamento, como é o caso de tumores, catarata congênita e traumas de parto. Caso não sejam diagnosticados a tempo, estes problemas podem levar à perda da visão”, diz a dra. Lilian.

Em muitos Estados e cidades do Brasil, o exame foi instituído por lei e é realizado nas maternidades públicas e também particulares antes da alta do recém-nascido.

Remuneração dos pediatras e neonatologistas

Embora, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tenha determinado em junho de 2010 incluir o teste do olhinho no rol de procedimentos dos planos de saúde, não é isso que está acontecendo quando o procedimento é realizado pelo pediatra, denuncia o dr. Marun Cury, pediatra e diretor adjunto de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina (APM).

“A remuneração não é paga nem aos médicos do Sistema Único de Saúde (SUS), nem da rede suplementar. Esse é mais um item na nossa luta pela valorização da pediatria e neonatologia”, ressalta.