Prass pede que Aidar tenha cuidado e respeite história do Palmeiras

O veterano teme por consequências violentas envolvendo torcedores em meio à guerra pública entre os mandatários de Tricolor e Verdão

29 ABR 2014 • POR • 14h51

Cerca de uma hora após Carlos Miguel Aidar encerrar sua entrevista coletiva no Morumbi classificando como "patético" o discurso do presidente Paulo Nobre, citando que o Palmeiras está se "apequenando" e dizendo que o “choro é livre” pela perda de Alan Kardec, Fernando Prass falou na Academia de Futebol. Ciente do que o mandatário do São Paulo falou, o capitão do Verdão recomendou cuidado e exigiu respeito ao seu clube.

“Foi uma colocação infeliz, como a outra na semana passada”, disse o goleiro, lembrando que Aidar declarou que Kaká tem a cara do Tricolor porque “é alfabetizado, bonito e tem todos os dentes”. “Você pode discordar, ter divergência, ser inimigo fora de campo, mas com cuidado pelo cargo que ocupa, porque fala em nome de um grande clube. É necessário ter cuidado com as palavras que usa”, continuou Prass.

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“Houve um acirramento dos ânimos e pode acontecer algo em relação à torcida. A declaração vai de encontro com a tradição, a história e a grandeza do clube. Atacar o procedimento adotado por algumas pessoas é uma situação, atacar a história e levar para o lado da tradição faz o torcedor aflorar mais, o deixa mais chateado. Entra em uma área muito perigosa”, apontou o jogador de 35 anos.

Não é a primeira vez que Aidar ocupa a presidência são-paulina, mas Fernando Prass espera que o dirigente aprenda a lidar melhor com o cargo. O veterano teme por consequências violentas envolvendo torcedores em meio à guerra pública entre os mandatários de Tricolor e Verdão.

“Ele assumiu há pouco tempo, de repente não está totalmente familiarizado com a repercussão que tem. Vai ter uma noção muito boa nos próximos dias do que é e do que fomenta a declaração do presidente de um grande clube. Tomara que as coisas se acalmem e que tudo transcorra no ritmo mais natural possível, que não tenha nenhum acontecimento grave”, afirmou.

Mostrando lidar melhor com suas declarações, Prass até evitou opinar sobre a falta de ética que Paulo Nobre apontou na postura são-paulina em fazer oferta a Kardec durante a negociação do Palmeiras para sua permanência. “Cada um na vida tem seus valores. Discutir o que é ético para um e não para outro gera uma discussão de anos sem chegar a consenso. Mas é uma situação complicada e difícil de lidar”, admitiu, em meio ao fogo cruzado dos presidentes.

“Por ser mais vivido e ter passado por situações parecidas, sei lidar melhor e ser o mais claro possível, tendo cuidado com cada palavra e vírgula. É uma situação chata. Em vez de falar de jogo, só falamos disso. O foco dos dois clubes é o futebol, teria que ser discutido isso. Mas é uma discussão entre eles e cada um sabe onde o calo aperta. Eles são bem grandinhos para saber o que falam e que representam dois dos maiores clubes do mundo”, indicou Prass.