Aécio lança 'Aezão' contra Dilma no Rio de Janeiro

Trata-se de um acordo informal para que parte do PMDB estadual defenda voto em Luiz Fernando Pezão - vice de Sérgio Cabral que assumiu recentemente o comando do Estado

16 ABR 2014 • POR • 00h18

O pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, saiu anteontem (14) de um jantar com peemedebistas do Rio defendendo a chapa "Aezão", uma mistura de Aécio com Pezão. Trata-se de um acordo informal para que parte do PMDB estadual, ex-aliado da presidente Dilma Rousseff, defenda voto em Luiz Fernando Pezão - vice de Sérgio Cabral que assumiu recentemente o comando do Estado - para o governo e no tucano para o Palácio do Planalto.

"Quero repetir o que ouvi hoje, que vamos ganhar com o Aezão", disse Aécio ao deixar o encontro organizado pelo presidente do PMDB fluminense, Jorge Picciani. O jantar reuniu 45 pessoas, entre parlamentares, prefeitos e dirigentes do PMDB e de outros partidos da base do governador, como PP, PTB, PSC, Solidariedade e PSL. Ex-aliado de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Picciani passou trabalhar pela eleição de Aécio no fim do ano passado, quando o PT anunciou a candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do Rio. O jantar de anteontem foi o primeiro encontro público do tucano com os novos aliados.

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Ontem (15), o vice-presidente Michel Temer desembarcou no Rio para tentar evitar a ampliação da dissidência no Rio. Cabral e Pezão já se manifestaram pela reeleição da presidente Dilma Rousseff. "Vou trabalhar no PMDB do Rio, afinado com o governador Pezão e com o ex-governador Sérgio Cabral, para construir um palanque sólido para a presidenta Dilma Rousseff no Estado", afirmou Temer, por meio de sua assessoria de imprensa. Procurado para que comentasse a situação do PMDB fluminense, Cabral não quis se pronunciar. O ex-governador do Rio deve sair candidato ao Senado ou à Câmara dos Deputados.

Retribuição

No jantar de quase três horas com Aécio, os líderes do PMDB prometeram trabalhar pela vitória de Aécio no terceiro maior colégio eleitoral do País. Os peemedebistas deixaram o encontro com expectativa de que o PSDB estadual retribua o gesto e feche uma aliança pela reeleição de Pezão, apesar de os tucanos locais terem feito oposição a Cabral por sete anos. "Estamos discutindo essa questão, vamos encontrar a melhor forma de estarmos juntos", desconversou Aécio ao sair do jantar.

Sobre o apoio que recebeu dos peemedebistas, afirmou: "Esse é um fato político que demonstra que está acontecendo algo no Brasil que merece reflexão. Setores que em algum momento estiveram na base do governo do PT percebem que quem está sendo punido por esse desgoverno, pelo crescimento pífio, pelo retorno da inflação são os que mais acreditaram no governo do PT."

Picciani referiu-se a Dilma como "principal adversária" e citou a incerteza sobre a candidatura à reeleição ou a volta de Lula. "O partido dela não sabe se troca ou não o candidato, porque escolheram mal e fizeram mal ao Brasil. Aécio fará bem ao Brasil e ao Rio", disse Picciani.

Carro oficial

O presidente da Comissão de Transportes da Assembleia, Marcelo Simão (PMDB), usou o carro oficial, número 065, para ir ao jantar com Aécio. O carro, estacionado na calçada do restaurante, no Jardim Botânico (zona sul), ficou esperando o deputado até pouco antes da meia-noite. Simão disse que estava em um compromisso de trabalho antes do jantar e, como chovia muito e estava em cima da hora, não teria como ir em casa, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, pegar o carro particular. O parlamentar pediu desculpas pelo estacionamento irregular na calçada. O uso de carro oficial para fins particulares, inclusive partidários, é vedado por lei.