Itália quer indicação de presídio para Pizzolato

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão na Ação Penal 470, o processo do mensalão

15 ABR 2014 • POR • 19h50

Autoridades italianas querem saber se no Brasil existem estabelecimentos prisionais que respeitam direitos humanos para abrigar o ex-diretor do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, condenado por envolvimento com o esquema do mensalão. A informação foi divulgada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Ele encaminhou ofícios ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pedindo a indicação de presídios onde Pizzolato poderá cumprir a pena se for extraditado pela Itália.

Leia Também

Dilma: casa subsidiada não pode ser vendida por 10 anos

Aécio vai ao STF falar sobre CPI da Petrobras

Graça diz que Petrobras usa decreto da época de FHC

Mantega vê despesas com salário mínimo 'sob controle'

Renan espera isenção do STF sobre CPI da Petrobras

Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão, Pizzolato fugiu no ano passado para a Itália. Detentor de dupla cidadania (brasileira e italiana), o ex-diretor do BB está preso em Modena desde fevereiro. As autoridades italianas terão de decidir pedido do governo brasileiro para que Pizzolato seja extraditado e cumpra a pena no Brasil.

Conforme Janot, os ofícios atendem a uma manifestação de autoridades italianas que querem esclarecer se existe "unidade carcerária em que sejam respeitados os direitos fundamentais da pessoa humana". Segundo ele, essa informação é imprescindível para a instrução do processo extradicional.

"Por meio de mensagem eletrônica enviada em 11.04.2014, a Interpol antecipou solicitação do ministro da Justiça italiano para que o Estado brasileiro assegure formalmente que, caso Henrique Pizzolato seja extraditado para o Brasil, o sentenciado cumprirá pena em um estabelecimento prisional onde sejam assegurados todos os seus direitos fundamentais", afirmou Janot no ofício enviado a Joaquim Barbosa.

O procurador pediu ao ministro da Justiça que aponte estabelecimentos prisionais localizados no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Distrito Federal em que são observados "os direitos fundamentais da pessoa humana". A extradição de Pizzolato para o Brasil é uma dúvida. Isso porque, pelo tratado de extradição firmado entre os dois países, a Itália poderá se recusar a extraditar um nacional. Num caso semelhante, as autoridades italianas rejeitaram a extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola. Ele somente foi extraditado para o Brasil após ter viajado para Mônaco.