Crise na Crimeia pode desestabilizar região de Mar Negro e Eurásia, diz Turquia

O Parlamento da Crimeia aprovou hoje a proclamação da região como um estado independente e formalmente pediu permissão da Rússia para voltar a se unir ao país como uma república

17 MAR 2014 • POR • 13h32

A crise na Crimeia tem potencial para causar um "efeito dominó" que pode ameaçar a estabilidade da região do Mar Negro e da Eurásia, afirmou Ahmet Davutoglu, ministro de Relações Exteriores da Turquia.

Durante uma entrevista à imprensa junto com Mustafa Dzhemilev, membro do Parlamento da Ucrânia, Davutoglu disse que a mudança das dinâmicas na Crimeia pode afetar Moldova, Azerbaijão e Geórgia, ex-estados soviéticos com populações russas minoritárias que ficam em importantes rotas de transporte de produtos de energia.

Leia Também

Terremoto de magnitude 4,7 atinge Los Angeles

Rússia recua parcialmente de incursão na Ucrânia

Busca por avião desaparecido na Malásia reúne 25 países

Papa Francisco pede a fiéis que rezem por passageiros de avião desaparecido

Malásia investiga casa do piloto do voo 370

"Isso vai abrir caminho para uma crise em muitos outros países", disse o ministro turco. "Se isso for permitido agora, toda a região vai se desestabilizar em um efeito dominó", acrescentou. Davutoglu destacou que a Turquia considera inaceitável que a união territorial de um país da região seja comprometida por um referendo.

O Parlamento da Crimeia aprovou hoje a proclamação da região como um estado independente e formalmente pediu permissão da Rússia para voltar a se unir ao país como uma república, depois de um referendo ontem resultar no apoio da maioria da população local a um rompimento com a Ucrânia.

"Esse referendo não tem legitimidade. A Ucrânia é nosso parceiro estratégico. Sua união territorial está sendo violada", disse Davutoglu. Cerca de 260 mil tártaros da Crimeia, um grupo de turcos étnicos e muçulmanos sunitas, vivem na Ucrânia. No entanto, embora a Turquia tenha repetidamente declarado sua solidariedade aos tártaros da Crimeia, o país possui laços vitais com a Rússia e é altamente dependente do gás natural daquele país.