Medidas de Obama sobre espionagem é "primeiro passo", diz governo brasileiro

Em discurso, o presidente dos Estados Unidos disse que o país não irá mais espionar rotineiramente as nações aliadas e as comunicações de seus líderes

19 JAN 2014 • POR • 18h35

O governo brasileiro considerou “um primeiro passo” a decisão do governo norte-americano de promover mudanças na Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos. Em nota divulgada hoje (19) no Blog do Planalto, o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, disse que o governo “irá acompanhar com extrema atenção os desdobramentos práticos do discurso” do presidente Barack Obama.

Obama anunciou as mudanças na atuação da NSA na última sexta-feira (17). Em discurso, ele disse que o país não irá mais espionar rotineiramente as nações aliadas e as comunicações de seus líderes. O presidente americano disse ainda já ter repassado a ordem aos serviços de informação para que isso não volte a ocorrer “a menos que a segurança nacional esteja ameaçada”.

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Por vários momentos no discurso, Obama disse que os países amigos podem confiar. Porém, disse que o paíse não irá se desculpar por fazer “o que serviços de inteligência de qualquer outra nação faz”. “Nós não vamos nos desculpar simplesmente porque nossos serviços podem ser mais eficazes. Mas chefes de Estado e governo com quem trabalhamos, e de cuja cooperação dependemos, podem se sentir confiantes de que estamos tratando-os como verdadeiros parceiros”.

Os Estados Unidos enfrentaram uma crise diplomática com diversos países aliados depois que o ex-técnico de informática da NSA Edward Snowden vazou documentos sobre a espionagem norte-americana. Os documentos apontaram que líderes mundiais foram monitorados, como a presidenta Dilma Rousseff e a chanceler alemã Angela Merkel.

Depois do escândalo, Brasil e Alemanha cobraram explicações de Obama e apresentaram, em conjunto, um projeto de resolução na Organização das Nações Unidas (ONU) chamado O Direito à Privacidade na Era Digital. A Assembleia Geral da ONU aprovou a resolução em dezembro.