Geração de emprego é a menor em dez anos

O balanço entre contratações e demissões ficou positivo em 1.546.999 de vagas com carteira assinada. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

20 DEZ 2013 • POR • 21h04

A geração de empregos formais ao longo deste ano no País foi a menor dos últimos dez anos, informou nesta sexta-feira, 20, o Ministério do Trabalho. O balanço entre contratações e demissões ficou positivo em 1.546.999 de vagas com carteira assinada, resultado superior apenas ao de janeiro a novembro de 2003, quando 1.116.817 postos foram criados. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Como no mês de dezembro tradicionalmente milhares de trabalhadores costumam ser dispensados pela indústria e pelo comércio, tudo indica que 2013 terá um dos piores resultados dos últimos anos em termos de geração de empregos. Em dezembro do ano passado, 503.081 trabalhadores foram demitidos.

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"Dezembro deve ser negativo, sempre é, mas esperamos que não tanto quanto no ano passado", disse o ministro Manoel Dias. A dez dias do fim do ano, o ministro evitou fazer previsões sobre 2013. No início do ano, o ministério tinha a expectativa de que 1,7 milhão de empregos fossem gerados. No fim do primeiro semestre, a estimativa foi reduzida para 1,4 milhão.

Dias negou ainda que o País esteja passando por uma crise. "O crescimento da economia foi menor, mas não há crise. Temos pleno emprego, salários aumentando e o menor nível de desemprego da história."

O ministro também não fez nenhuma projeção para 2014. Dias afirmou apenas que a geração de empregos "seguramente" será maior que a deste ano. "Os investimentos vão aumentar muito e gerar postos de trabalho", afirmou.

Queda

Em novembro, 47.486 empregos foram criados no País, resultado 37,65% menor que o verificado no mesmo mês do ano passado, quando 76.157 vagas foram abertas. O número ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 51.500 postos, segundo o AE Projeções.

O comércio liderou as contratações no mês passado, com 103.258 novos empregos. Serviços, por sua vez, teve um saldo líquido de 44.825 vagas. Ambos geraram menos postos de trabalho do que em novembro do ano passado.

Já a indústria de transformação dispensou 34.266 trabalhadores, enquanto a agricultura foi responsável pela demissão de 33.183 pessoas. Os dois setores despediram mais do que em novembro de 2012.

O Nordeste foi a região que mais gerou empregos com carteira assinada em novembro, com a criação de 32.454 vagas em novembro. O Sul ficou com o segundo lugar, com 25.090 empregos. Já o Centro-Oeste fechou 13.141 postos no mês passado, principalmente no setor agrícola.

Por Estados, os destaques positivos foram o Rio de Janeiro, que gerou 16.985 postos, o Rio Grande do Sul, com 10.443, e Santa Catarina, com 9.638. Os que mais demitiram foram Minas Gerais, com 11.942, Goiás, com 8.397, Mato Grosso, com 5.204 e São Paulo, com 3.751.

Na quinta-feira o IBGE divulgou que a taxa de desemprego atingiu o menor índice da história e encerrou o mês de novembro em 4,6%. Segundo analistas de mercado, porém, não houve geração de postos de trabalho, e sim um maior número de pessoas que desistiram de procurar emprego e rumaram para a inatividade.