No Senado, manifestantes cobram CPI para apurar caso do helicóptero

Distribuindo a funcionários da Casa saquinhos de farinha, numa alusão à droga, o grupo defendeu que o Senado não pode deixar de apurar o caso

10 DEZ 2013 • POR • 18h11

Cerca de 10 manifestantes fizeram nesta terça-feira, 10, um protesto nos corredores do Senado em que cobraram a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o escândalo da apreensão pela Polícia Federal de um helicóptero da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG) com 443 quilos de cocaína há três semanas. Distribuindo a funcionários da Casa saquinhos de farinha, numa alusão à droga, o grupo defendeu que o Senado não pode deixar de apurar o caso.

"Não é mole não, a cocaína financiando a eleição", entoaram as pessoas, que se disseram vinculadas a movimentos sociais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Conselho Nacional da Juventude, entre outros. Parte deles prestou solidariedade na Penitenciária da Papuda, em Brasília, aos petistas condenados no processo do mensalão.

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Ao lado do plenário, o grupo estendeu uma faixa com os dizeres "Esse pó não pode ir para debaixo do tapete. CPI já". A intenção do grupo era entregar farinha para os senadores, inclusive para Perrella. A aeronave que foi apreendida pela PF é de uma empresa que foi fundada por ele e tem como sócio o filho do senador, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG). Até o momento, a polícia descartou qualquer envolvimento da família Perrella no episódio. "A gente quer que o Senado entre nessa discussão", afirmou José Augusto Pinheiro Neto, 30 anos, um dos organizadores do protesto.

Os manifestantes aproveitaram o ato para criticar políticos do PSDB e cobrar da imprensa "isonomia" na cobertura do escândalo do cartel do metrô em São Paulo e do mensalão mineiro, que atinge o deputado federal tucano e ex-presidente do partido Eduardo Azeredo (MG). O protesto não durou 15 minutos, já que os manifestantes deixaram as dependências do Senado acompanhados pela Polícia Legislativa sem transtornos.