Acima da média nacional, SP para em 7º na avaliação do Pisa

Na média geral, o Estado passou de 408 para 414 pontos. Os dados reforçam as disparidades regionais, com o Centro-Sul na liderança e Norte e Nordeste embaixo

3 DEZ 2013 • POR • 21h52

São Paulo, o Estado mais rico do País, conseguiu um avanço apenas tímido na avaliação do Pisa de 2012 e se manteve na mesma posição de 2009. Na média geral, o Estado passou de 408 para 414 pontos, permanecendo em 7º. Os dados da avaliação internacional reforçam as disparidades regionais, com o Centro-Sul na liderança e Norte e Nordeste embaixo.

Em São Paulo, o maior crescimento foi em matemática, que passou de 390 para 404. Em Ciências, a nota saiu de 411 para 417. Em leitura, houve piora e a média caiu de 424, em 2009, para 422 em 2012. De acordo com o coordenador do Centro de Microeconomia Aplicada da FGV, André Portela, o tamanho da rede dificulta os avanços de São Paulo. "É mais difícil ter avanços significativos por ser uma rede madura e consolidada. Isso a torna complexa, não pelo tamanho, mas pela rigidez do sistema, leis e interesses envolvidos", diz ele, ressaltando que o Estado é um dos que mais diminuiu o índice de alunos atrasados (distorção idade/série).

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A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo ressaltou, em nota, a permanência do Estado acima da média brasileira. "As ações são permanentemente aprimoradas e objetivam fazer com que a rede, formada por mais de 4,3 milhões de alunos, continue cumprindo e superando metas, entre elas a de posicionar São Paulo nos próximos 20 anos entre os 25 melhores sistemas educacionais do mundo."

Estados

Entre as unidades da Federação, a maior pontuação geral foi do Espírito Santo (422), seguido do Distrito Federal (422,1). No Centro-Oeste, o destaque é o Mato Grosso do Sul, que obteve 416,9 pontos, na quinta posição. Já no Nordeste, a Paraíba é o único Estado que tem média maior do que a brasileira, que é 402. O Estado alcançou 406,1 pontos (9ª posição) - em 2009, com 382 pontos, havia ficado em 13.º, abaixo da média nacional daquele ano. Já as piores notas vêm de Alagoas, Maranhão e Amazonas.

Para Portela, a diferença entre os Estados se deve também às disparidades socioeconômicas. "O desempenho dos alunos está ligado à condição em que eles estão inseridos", diz.

A educadora Suely Corradini, que tem doutorado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sobre indicadores a partir do Pisa, diz que a grande preocupação é o acúmulo de defasagens. "Embora tenha melhorado, a gente não está conseguindo sair desse nível muito baixo de proficiência", diz ela, que dirige o colégio Vital Brazil, em São Paulo - onde tenta aplicar exemplos que dão certo em escolas de boa avaliação, como fazer com que professores assistam a aulas de colegas.

A estudante Ana Gabriela Graças, de 16 anos, sente esse "acúmulo" que a diretora cita. "Tenho dificuldade em matemática e meu desempenho é fraco desde a 6ª série", diz ela, que estuda no Vital. "Atrapalharia se o professor tivesse de voltar tudo, por isso tenho de correr sozinha."