Aids volta a crescer em São Paulo entre os homens

No País, segundos os dados do IBGE, a incidência ficou estável - passou de 17,7 casos por 100 mil habitantes em 2000 para 17,9 em 2010

29 NOV 2013 • POR • 21h25

A incidência de aids no município de São Paulo voltou a crescer entre os homens, principalmente entre os homossexuais, apesar de uma redução significativa dos números da epidemia na população em geral ao longo dos últimos 15 anos, segundo o último balanço epidemiológico divulgado pelo Programa Municipal de DST/Aids.

O avanço da doença no município recuou cerca de 60% entre 1998 e 2012, passando de 47,6 para 19,3 novos casos registrados anualmente para cada 100 mil habitantes. A participação dos homens nesse novo cenário, porém, está aumentando. A divisão de novos casos registrados por gênero, que era de dois homens para cada uma mulher (2/1) em 1998, aumentou para 3/1 em 2012, e a expectativa é que aumente para 4/1 já nos próximos anos.

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A projeção é feita com base nas estatísticas de pessoas já infectadas pelo HIV e que deverão desenvolver a doença. "Se olharmos só para os números de infectados pelo vírus, a proporção este ano já é de 4/1", disse a coordenadora do programa municipal, Eliana Gutierrez. "O HIV hoje nos diz onde estará a aids amanhã", explica ela, levando-se em conta que há uma janela de tempo entre a infecção e o desenvolvimento da doença.

A maior preocupação agora é com a população de homens que fazem sexo com homens (HSH): em 2012, segundo o estudo, eles passaram a representar quase metade (47%) dos novos casos de aids registrados na população masculina do município, comparado a 39%, em 2008. Os dados mostram também que a incidência está aumentando entre os jovens, nas faixas de 13 a 29 anos.

"Vemos uma reconcentração da epidemia entre homens, principalmente homens jovens e que fazem sexo com outros homens", diz Eliana. "Agora é pegar essas informações e partir para a ação. O cenário da epidemia hoje é diferente do que era ontem e é diferente do que vai ser amanhã."

Estável

No País, segundos os dados do IBGE, a incidência ficou estável - passou de 17,7 casos por 100 mil habitantes em 2000 para 17,9 em 2010. Mas teve comportamento oposto na população de até 39 anos, que registrou diminuição dos casos, e de 40 anos ou mais, onde houve crescimento. Na faixa dos 40 aos 49 anos, a incidência do vírus HIV aumentou de 31 por 100 mil habitantes para 34,2. Entre as pessoas de 35 a 39 anos, caiu de 44,3 por 100 mil para 38,1.