Vereador diz que pediu para apurar fraudes

Aurélio Miguel (PR) negou ter recebido dinheiro da quadrilha de auditores fiscais da capital paulista

13 NOV 2013 • POR • 22h49

O vereador Aurélio Miguel (PR) negou ter recebido dinheiro da quadrilha de auditores fiscais da capital paulista e distribuiu à imprensa uma relação de pedidos de investigação que fez à Prefeitura de São Paulo e ao Ministério Público Estadual sobre supostas falhas na arrecadação de impostos nos últimos anos para provar sua inocência.

"Que ligação posso ter com essas pessoas contra quem fiz as representações? Sempre disse que minha defesa está no Ministério Público", afirmou Aurélio, sobre pedido de investigação das Secretarias de Habitação e Finanças feito em 2010. "Alguém ajudar alguém que o está prejudicando, só se for mulher de malandro", completou.

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O parlamentar disse à reportagem que conheceu Ronilson Rodrigues e Eduardo Barcellos apenas quando ambos foram depor na CPI do IPTU, em 2009. Segundo ele, depois disso Rodrigues o auxiliou, como subsecretário da Receita, na elaboração de projetos de lei relacionados a impostos, mas nunca houve pedido ou oferta de dinheiro. Ele admitiu ainda ter encontrado o auditor algumas vezes no São Paulo Futebol Clube, do qual ambos são sócios.

"Estão querendo desconstruir quem fiscalizou", disse o vereador. "Fico preocupado porque estão desviando o foco e não vão no cerne da questão, as outorgas onerosas. Pergunte ao Ministério Público, ao ex-prefeito (Gilberto Kassab) e ao ex-corregedor (Edílson Bonfim) por que essas investigações não andaram."

Aurélio afirmou ainda que abriu seu sigilo fiscal e bancário ao MPE no ano passado, após ser acusado de ter usado a CPI de 2009 para achacar construtoras e comerciantes. E mostrou relatório da Promotoria dizendo que sua evolução patrimonial entre 2006 e 2011 era compatível com os ganhos como parlamentar e empresário

Segundo o vereador, todas as ações da CPI do IPTU foram aprovadas pelos 9 integrantes da comissão e as ações e depoimentos publicados na internet. "Qualquer deliberação tinha de ter aprovação da maioria. Eu apenas presidi os trabalhos."

Ele assinou o pedido de CPI na Câmara Municipal e disse ser a favor da investigação da Controladoria-Geral do Município e do MPE. "Mas que faça até o fim. Que corte na carne se precisar."