Para Serra, PSDB sofre de 'bovarismo'

O ex-governador citou o clássico Madame Bovary, de Gustave Flaubert, para dizer que o PSDB tem a síndrome do "bovarismo" porque "tem necessidade de ser aceito pelo PT"

9 NOV 2013 • POR • 10h11

No momento em que o senador Aécio Neves articula com o PSDB a antecipação da escolha do seu nome como candidato do partido à Presidência em 2014, o ex-governador José Serra, que também pleiteia a vaga, fez ontem críticas ao partido e censurou indiretamente o rival - que é presidente nacional da legenda.

Durante um evento em São Paulo organizado pela juventude tucana, ele dividiu suas queixas em quatro pilares: "regionalismo", "mercadismo"."colunismo" e "bovarismo". O ex-governador citou o clássico Madame Bovary, de Gustave Flaubert, para dizer que o PSDB tem a síndrome do "bovarismo" porque "tem necessidade de ser aceito pelo PT".

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"Que me desculpem as mulheres, pois a coisa é mais complexa do que isso. Mas o problema da Madame Bovary é querer ser ser aceita pelo outro lado. Ela vai à loucura, quebra a família e trai o marido com Deus e todo mundo para ser aceita. O PSDB tem um pouco do bovarismo, de precisar ser aceito pelo PT".

Serra usou o leilão do campo petrolífero de Libra para exemplificar sua metáfora e mostrar que o partido não sabe criticar o governo Dilma Rousseff. "Eles fazem um leilão mal feito, como o do campo de Libra. O que faz o PSDB? Sai dizendo: 'olha aí, eles falaram que eram contra a privatização, mas estao fazendo'. Isso dá voto? Nenhum."

Durante um evento em São Paulo organizado pela juventude tucana, ele dividiu suas queixas em quatro pilares:

No caso do "mercadismo", o ex-governador criticou o discurso programático do PSDB. "Se confunde o fato de que a economia tem que ser mais aberta com a ideia de que o mercado vai resolver tudo." Sobre o regionalismo, o ex-governador disse que esse "instrumento" não pode ser usado em "eventuais lutas internas". Em outro momento, disse que muitos tucanos "trabalham contra o erário", mas não citou nome.