Secretário contraria Alckmin e nomeia dupla da Universal

"Era uma composição partidária e técnica. Havia uma orientação do governador de que todas as nomeações fossem também técnicas", afirmou ao Estado o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido

6 NOV 2013 • POR • 11h44

O secretário de Desenvolvimento Social do governo Geraldo Alckmin (PSDB), Rogério Hamam (PRB), descumpriu uma ordem do tucano ao nomear pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) para cargos na pasta. Até agora, dois membros da igreja estão abrigados na secretaria e ocupam postos de chefia.

Em maio, quando o PRB foi contemplado no governo, a orientação de Alckmin era de que o partido, cuja cúpula é formada por bispos da Universal, evitasse colocar na pasta quadros da igreja. "Era uma composição partidária e técnica. Havia uma orientação do governador de que todas as nomeações fossem também técnicas", afirmou ao Estado o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido (PSDB). A Secretaria de Desenvolvimento Social foi oferecida ao PRB em troca do apoio da sigla à reeleição de Alckmin em 2014.

Leia Também

Faltam recursos para cidades de SP sanarem problemas

Anatel abre consultas sobre distribuição de canais de TV

Juiz concede liminar que barra aumento do IPTU

Polícias Militar e Civil do Brasil matam 5 pessoas por dia

Médicos de Cuba são orientados sobre riscos no Rio de Janeiro

Hamam nomeou na semana passada o presidente municipal do PRB, Aildo Rodrigues - que é obreiro da Universal -, chefe da Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional. Ele assume o setor responsável pelos programas Bom Prato e Viva Leite.

Outro membro da Universal incorporado à secretaria foi o presidente estadual do PRB, o pastor Vinicius Carvalho. Ele administra as Diretorias Regionais de Assistência e Desenvolvimento Social.

Rodrigues negou que houvesse veto do governador à ocupação de cargos na secretaria por membros da igreja. "Não procede. Ele (Alckmin) jamais faria uma coisa dessa. Seria preconceito religioso puro", disse. A reportagem não conseguiu contato com Carvalho.

Hamam alega que o critério para a seleção dos funcionários seguiu as exigências feitas por Alckmin em maio. O secretário defendeu as nomeações e disse que o presidente estadual do PRB tem "capacidade gerencial comprovada".