Ministro garante harmonia com a Fifa e volta a falar em legado

Aldo Rebelo garante que conseguiu superar as diferenças para estabelecer um laço de harmonia com a entidade

3 NOV 2013 • POR • 11h27

Aldo Rebelo não precisou levar um chute no traseiro para se aproximar de Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa. Mais de um ano após se irritar com uma declaração do francês, que cobrava maior celeridade do Brasil nas obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014, o ministro do Esporte garante que conseguiu superar as diferenças para estabelecer um laço de harmonia com a entidade.

“A gente administra as coisas. Só houve um problema mais sério no passado por causa de uma frase infeliz, que respondemos como achávamos que deveríamos ter feito”, comentou Rebelo, durante palestra no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp), na sexta-feira. “Não guardamos o que aconteceu no congelador. Passamos para a frente. A responsabilidade com a Copa é de todos nós. Ninguém organiza um negócio desses brigando.”

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A “frase infeliz” à que Rebelo se referiu partiu de Valcke, para quem o Brasil merecia “um chute no traseiro” pelos problemas enfrentados para sediar o Mundial. “Com todo o respeito à Copa – e eu sou apaixonado por futebol –, costumo dizer para o pessoal da Fifa que já fizemos coisas muito mais difíceis e importantes do que esse campeonato. Não vamos nos atrapalhar com isso. Não há mistério”, garantiu o ministro do Esporte, otimista, lembrando até que a cidade de Salvador recebe muito mais turistas no Carnaval.

Rebelo não gosta de saber que até mesmo muitos dos seus compatriotas ainda duvidam da capacidade de o Brasil de organizar a Copa do Mundo. “Infelizmente, a crença de alguns sobre a nossa completa incapacidade de se fazer qualquer coisa se dirige ao maior torneio de futebol do mundo. A morbidez acaba debruçada sobre a Copa”, lamentou.

Durante a Copa das Confederações deste ano, milhares de brasileiros se manifestaram contra a realização do Mundial de 2014. Pediam que os investimentos do Governo Federal fossem endereçados principalmente a melhorias sociais, e não à competição da Fifa. Para Rebelo, que não acredita na reedição dos protestos mais violentos, o tão alardeado “legado” da Copa já está garantido.

“A única coisa que os estrangeiros podem levar daqui – e eu acho que não vão – é a taça do título mundial”, sorriu o ministro do Esporte. “O resto vai ficar no Brasil. Os projetos de mobilidade urbana estão aí. Cuiabá, por exemplo, está toda em obras. O prefeito de lá me disse que, se não fosse a Copa, o VLT levaria mais 30 ou 40 anos para ficar pronto. Em Itaquera, o local de menor IDH de São Paulo, já há uma universidade funcionando e uma escola técnica pronta. Por todo o canto, há obras. Dizem que estamos gastando com o Mundial, mas é com infraestrutura. Nada disso irá para o exterior”, insistiu.

Aldo Rebelo também está satisfeito com os estádios da Copa. “São todos muito bonitos, além de bem feitos. O da Amazônia parece uma tartaruga gigantesca parada na cidade, pois foi concebido assim. A Arena das Dunas imita através de sua cobertura as areias que estão ao redor”, mencionou o ministro do Esporte.