Para Aécio, medo de não reeleger Dilma deixa Lula ‘aflito’

Para o presidenciável tucano, isso tem levado o ex-presidente a "brigar com a história" ao não reconhecer os feitos do governo de Fernando Henrique Cardozo, anterior ao seu

31 OUT 2013 • POR • 23h44

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta quinta-feira, 31, que o temor de não reeleger Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto tem deixado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "aflito". Para o presidenciável tucano, isso tem levado Lula a "brigar com a história" ao não reconhecer os feitos do governo de Fernando Henrique Cardozo, anterior ao seu.

As declarações foram dadas antes do evento do PSDB do Distrito Federal - o encontro reuniu cerca de 300 pessoas, entre militantes e pré-candidatos do PSDB em uma casa de festas infantis em Brasília -, após o senador ser questionado sobre os ataques desferidos por Lula nesta quarta-feira, 30, durante a cerimônia de 10 anos do Bolsa Família. "O ex-presidente Lula tem que parar de brigar com a história. Se não houvesse o governo do presidente Fernando Henrique, com a estabilidade econômica, com a modernização da economia, não teria sequer havido o governo do presidente Lula", disse em entrevista.

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Ao longo de seu discurso, contudo, Aécio não gastou muito tempo com críticas ao PT, justamente o contrário de boa parte das falas que o antecederam. O senador preferiu se concentrar em exaltar seus feitos à frente do governo de Minas Gerais. "Em Minas, quando assumimos o governo em 2003, tínhamos a pior equação social do país. Nós focamos na educação. Quem tem todas as prioridades, é porque não tem nenhuma. Estabelecemos metas para cada escola. Segundo o MEC, MG tem a melhor avaliação de educação em todas as séries do ensino fundamental e médio. É o resultado concreto, não é mágica. É algo que é possível ser feito, com determinação, envolvendo as pessoas."

Essa retórica focada em Minas é a estratégia que vai tomar conta desses primeiros passos da pré-campanha eleitoral, conforme destacou um dos principais conselheiros do tucano, o deputado federal Marcus Pestana (MG). "Em política, você precisa ancorar a credibilidade das palavras nas coisas que fez. Os mineiros sabem bem o que o Aécio fez, um governo que revolucionou Minas. Mas o cara do Piauí, do Maranhão, não sabe disso. Esse é um assunto que predomina no início da campanha, mas depois desgarra disso. As pessoas não querem saber do passado. Ele serve para credenciar para falar do futuro"

Trata-se do mesmo caminho tomado pelos adversários, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a presidente Dilma. Enquanto o pernambucano se apega à sua bem-avaliada gestão no Estado como exemplo de eficiência, a petista tenta mostrar que as políticas implementadas no popular governo Lula também avançaram sob sua administração.