Dilma anuncia volta a BH menos de 24h depois de deixar a cidade

Em entrevista à rádio Itatiaia, a presidente afirmou, ao comentar o pacto da mobilidade urbana, que voltará à cidade para anunciar investimentos no metrô da capital

24 OUT 2013 • POR • 17h46

Menos de 24 horas depois de sair de mais agenda oficial em Minas Gerais, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira, 24, que voltará a Belo Horizonte "daqui a uns dias" para fazer novos anúncios de investimentos. Na quarta-feira, 23, Dilma esteve na cidade para cumprir, em menos de três meses, sua oitava agenda oficial no Estado, principal reduto eleitoral do senador Aécio Neves (PSDB-MG), possível adversário da petista na disputa presidencial de 2014. Dos oito eventos oficiais, quatro foram na capital, onde não poupou afagos ao prefeito Marcio Lacerda (PSB), amigo de Aécio mas correligionário do também presidenciável Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional socialista.

Em entrevista concedida nesta quinta à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, Dilma afirmou, ao comentar o pacto da mobilidade urbana que o governo federal adotou após as manifestações de junho, que voltará à cidade para anunciar investimentos no metrô da capital, reivindicação antiga e ignorada por sucessivos governos. Dilma afirmou que o governo federal investiu R$ 90 bilhões em mobilidade durante sua gestão, mas deve aplicar mais recursos no setor. "Fizemos um adicional, reconhecendo que as cidades, principalmente as grandes capitais metropolitanas do nosso País, tinham de receber mais recursos. E o governo federal se dispôs a acrescentar R$ 50 bilhões. Irei a Belo Horizonte para completar esse pacto. Vamos completar o investimento anunciando obras do metrô e outras poderão ser anunciadas, desde que tenham projeto", disse, sem precisar a data da visita.

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Para o presidente do PSDB mineiro, deputado federal Marcus Pestana, a presidente adotou uma "agenda eleitoral" visando às eleições de 2014 ao invés de cumprir os compromissos do cargo. Ele lembrou que Dilma passou a visitar com frequência Minas Gerais, onde nasceu, após o nome de Aécio ganhar força para a corrida presidencial. "Ela teve vitória em Minas e não terá mais Teve vitória em Pernambuco e não terá mais", concluiu Pestana, referindo-se ao resultado das eleições de 2010. Após a visita de quarta-feira, o PSDB também divulgou nota criticando a agenda da petista em Minas, considerada "vergonhosa" pelos tucanos.

Pactos

Na entrevista desta quinta, além de anunciar nova visita a Belo Horizonte, Dilma Rousseff afirmou que os cinco "pactos" adotados pelo governo federal após a pressão popular causada pelas manifestações ocorridas em todo o País em junho estão sendo "rigorosamente" cumpridos. No início da semana, a petista havia dito que as iniciativas estão se tornando "realidade", mas nesta quinta declarou que as medidas estão "avançando e fazendo o Brasil avançar".

"Nossa avaliação, e acho que é uma avaliação baseada em fatos, dados, objetiva, é de que avançamos muito sim, e cumprimos os pactos", disse a presidente. Ela enumerou iniciativas adotadas pelo governo como o programa Mais Médicos e a destinação de parte dos recursos da exploração do petróleo do pré-sal para a Educação, e salientou que as medidas estão condicionadas ao "pacto pela responsabilidade fiscal e estabilidade macroeconômica".Segundo Dilma, o governo está "cumprindo esse pacto sistematicamente" porque "é importante que as pessoas percebessem que qualquer dos outros pactos depende do controle da inflação, da estabilidade fiscal e de grandes reservas internacionais que estabilizem o País". "E isso eu asseguro que está sendo cumprido", disse.

A presidente valorizou as manifestações como forma de pressão aos governos e classificou os atos como "grandes avanços" da última década", mas ressaltou que é preciso transformar a pressão das ruas "em resultados concretos e práticos". Dilma voltou a defender a participação popular, por meio de plebiscito, na realização da reforma política e nos "processos decisórios" no País. "Há um processo de discussão dessa reforma política no Congresso. Achamos que a reforma política tinha e tem de ser participativa, profunda e com base num plebiscito. É um processo que vamos continuar defendendo", afirmou.