Autor do assassinato de microempresária é apresentado

“Perdi a cabeça na hora”, afirmou caseiro que matou a microempresária Ruth Rodrigues. Crime ocorreu na casa de veraneio da vítima, em Peruíbe

22 OUT 2013 • POR • 19h28

A Polícia Civil apresentou à Imprensa, hoje (22), o autor do homicídio da microempresária de São Paulo Ruth Rodrigues, de 54 anos, morta na manhã do último dia 14 durante uma discussão na casa de veraneio dela, no bairro Costão, em Peruíbe.

Marcos Fábio Dias de Souza, que era caseiro do imóvel, confessou o homicídio ao ser exibido aos jornalistas, mas disse que só se pronunciaria sobre detalhes da discussão à Justiça. “Perdi a cabeça na hora”, se limitou a dizer em uma de suas respostas aos questionamentos.

Marcos de Souza foi capturado pelos policiais civis de Peruíbe na última sexta-feira, em uma rodoviária no Rio de Janeiro. A esposa dele também foi presa, pois é suspeita de participar da ocultação do cadáver da vítima. Ambos cumprem prisão temporária de 30 dias.

De modo informal, o caseiro disse à polícia que cometeu o homicídio porque a microempresária o “menosprezou” durante a discussão.

Em entrevista coletiva, o diretor da Polícia Civil na Região, Aldo Galiano Júnior, e o delegado titular de Peruíbe, Francisco Pinas Wenceslau, revelaram que a microempresária estaria desconfiada de que Marcos estava sublocando a casa de veraneio e utilizando-a para tráfico de drogas. Supostamente devido às suspeitas, ela foi para a residência na manhã do dia 14.

Durante a discussão, Marcos pegou uma carranca de madeira, com peso aproximado de dois quilos, e desferiu um único golpe na cabeça da vítima, quando ela estava de costas. O corpo foi envolto em um lenço e colocado em sacos plásticos, sendo levado à Praia do Camboré, onde foi deixado em meio a vegetação.

Na manhã do dia seguinte, por volta de 10 horas, o caseiro ateou fogo no carro da vítima, um Fiat Doblò, na carranca utilizada no assassinato e em pertences de Ruth. O lençol com sangue, porém, foi abandonado próximo do carro. O acusado disse à polícia que dispensou o lençol para que o corpo fosse encontrado.

Conforme observou o delegado Wenceslau, apesar de ter dispensado o lençol com sangue, o caseiro desenvolveu um trabalho de ocultação de provas ao deixar o cadáver em um local da cidade distante do carro carbonizado. A cena do crime também foi alterada, já que o chão do quintal foi limpo com água sanitária. “Justamente para induzir o perito criminal a erro”, assinalou Wenceslau.

A prisão

A equipe do delegado Francisco Wenceslau e do investigador Luiz Fonseca descobriu o local de fuga do acusado após contato com a filha dele, de 12 anos, e familiares.

“Passamos a negociar com os familiares e um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) visando que ele se entregasse à polícia”.
Após negociações, os investigadores cercaram a Rodoviária Novo Rio, próximo ao centro da capital carioca, e detiveram o casal, que não ofereceu resistência.

A esposa do caseiro disse que não tinha conhecimento do homicídio e da ocultação de provas. De acordo com o delegado de Peruíbe, é necessário, no curso do inquérito policial, uma análise profunda da eventual participação da mulher no caso.

Reconstituição

Os delegados anunciaram que uma reconstituição do crime será realizada em breve, antes do inquérito ser  relatado à Justiça. O trabalho visará esclarecer algumas questões relacionadas ao crime e fortalecer a produção de provas.