Brasil passa a integrar Conselho Diretor do Pisa

Na última avaliação, divulgada em 2010, o País ficou em 53º entre 65 países, mas foi o destaque da edição por ter tido a maior evolução já vista entre todos os avaliados

22 OUT 2013 • POR • 11h41

O Brasil passou nesta segunda-feira, 21, a integrar o Conselho Diretor do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), a análise internacional de educação feita a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O País será o primeiro não membro da OCDE a fazer parte do conselho, numa resposta à pressão brasileira por mudanças na metodologia de avaliação. Aplicado hoje em 70 países, o Pisa é uma prova que avalia matemática, ciências e o domínio do idioma em jovens de 15 anos.

O Brasil participa desde a primeira edição, em 2000, e, normalmente, fica nas últimas posições. Na última avaliação, divulgada em 2010, o País ficou em 53º entre 65 países, mas foi o destaque da edição por ter tido a maior evolução já vista entre todos os avaliados em todas as versões da prova. Na prova de português, a média brasileira subiu 19 pontos em apenas três anos. Em matemática, a evolução foi de 16 pontos e em ciência, de 15 pontos. Ainda assim, nos últimos anos, o governo passou a pressionar por mudanças na metodologia de avaliação. A principal delas é o fato de o Pisa usar a idade dos estudantes, 15 anos, para selecionar a amostra.

Leia Também

MEC não acha mil alunos que se inscreveram no Enem

Enem atrai quem há muito saiu da escola

Secretaria deve lançar modelo de fila social em novembro

SP criará padrão de qualidade para creches conveniadas

USP pode estar 'grande demais', admite reitor

No Brasil, um aluno dessa idade deveria estar no 1º ano do ensino médio mas, por causa do atraso escolar, o mais provável é que ainda esteja no ensino fundamental, até mesmo nos primeiros anos da escola. Uma das proposta brasileiras é trocar a idade por anos de escolaridade. O Brasil também critica o fato de o Pisa não levar em conta o fluxo escolar e permitir que alguns países, como fez a China na última edição, usar alunos de apenas uma região. Primeiros colocados em 2010, os chineses permitiram apenas a avaliação dos estudantes de Shangai, uma das províncias mais ricas do país.

O Brasil propôs aos demais países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) a criação de uma avaliação própria, o que foi aceito, mas ainda não rendeu frutos. "Esperamos poder colocar essas reflexões e aprimorar essa ferramenta. Inclusive temos a expectativa de pensar um Pisa para os demais países da América Latina e da África, com algum ajuste que resguardasse as especificidades locais", afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. "Seremos uma ponte para viabilizar esse diálogo democrático."

O secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, elogiou a participação brasileira, o avanço da educação no País e os esforços que o governo tem feito para aumentar os investimentos. "O Brasil vai participar do desenho do Pisa e também pode nos ajudar a ter novos resultados, com outros subprodutos", afirmou. A mais recente edição da prova, realizada este ano, terá o resultado divulgado em dezembro.