Vila do Teatro deve continuar aberta

Futuro secretário de Cultura de Santos faz declaração no Facebook.

27 DEZ 2012 • POR • 15h30

“Santos não vai tirar espaços dos artistas, nem hoje, nem amanhã, nunca. Vamos conversar com o grupo no início do governo Paulo (Alexandre) Barbosa e conhecer melhor a realidade do contrato desse espaço! O mundo não acabou e os boatos e dúvidas sim devem acabar!”, resumiu o futuro secretário de Cultura de Santos, Raul Christiano, pelo Facebook, após ler reportagem do Diário do Litoral, publicada na antevéspera de Natal.

A reportagem revelou que dezenas de artistas de Santos e região poderão ficar “órfãos” caso a Prefeitura de Santos não renove a concessão do espaço cedido à Vila do Teatro, que funciona, desde maio último, na Rua Visconde do Embaré, 6, ao lado da Rodoviária.

Quase em frente à Cadeia Velha, na Praça dos Andradas, onde funcionava a Oficina Cultural Pagú, a Vila do Teatro é resultado de uma antiga reivindicação de artistas. No local, além de extravasarem sua arte, os artistas promovem saraus, apresentações diversas e oficinas gratuitas para centenas de pessoas, das 19 às 23 horas. Mais do que espalhar cultura, os artistas ajudam, e muito, no processo de renovação do Centro da Cidade, marcado, entre outras coisas, pela reinauguração do Teatro Guarany, em dezembro de 2009.

Na reportagem, entre outros artistas, Raquel Rollo, componente da Trupe Olho da Rua, um dos grupos que gerenciam a Vila do Teatro, revelou que, atualmente, o espaço proporciona oficinas de circo, teatro de rua, dança, história da arte, canto para atores, montagem do Bispo do Rosário e dança afro para diversas comunidades do Município, principalmente as mais carentes.

“Lutamos muito para conquistar esse espaço, que já serviu para diversas atividades e estava ocioso. É um movimento de grupos que não possuem espaço para desenvolver sua arte. Eu faço parte da Trupe Olho da Oficina do Imaginário, Os Fantanas, Vilões do Riso, a Casa Três (de Guarujá), o Movimento de Teatro da Baixada Santista e o Coletivo Caiçara, que está surgindo dos encontros realizados na Vila”, afirmou Raquel semana passada.

A artista salienta que para conquistar o espaço foi necessário um amplo movimento, baseado em um abaixo assinado que correu o País. “Temos a esperança que o novo governo municipal não permita que nosso trabalho termine, porque fomenta a cultura não só na Praça dos Andradas, mas na região. Entre as nossas lutas está a volta das atividades na Oficina Cultura Pagú”, finalizava Raquel, que espera uma reunião com a próxima Administração no início de janeiro.