Ex-presidente do sindicato dos estivadores é acusado de desviar até R$ 60 milhões

Além de não ter prestação de contas oficiais ou controle das aprovações financeiras, a Sindestiva não chegou a cumprir nenhuma obrigação fiscal e tributária

O ex-presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão (Sindestiva), Rodnei Oliveira da Silva, conhecido como o Nei da Estiva, é acusado pelo desvio de até R$ 60 milhões das contas da própria Sindestiva.

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O atual presidente Bruno José dos Santos, que está no cargo desde 2020 e foi reeleito no último mês para o seu segundo mandato, notou os prejuízos financeiros da entidade e logo entrou com uma ação na justiça contra Nei, que foi presidente da entidade por seis mandatos seguidos, entre 2002 e 2019.

Segundo informações do próprio sindicato, foi realizado um levantamento para identificar possíveis inconsistências e o que não era declarado nas gestões de Nei da Estiva. Além de não ter prestação de contas oficiais ou qualquer controle das aprovações financeiras, a Sindestiva não chegou a cumprir nenhuma obrigação fiscal e tributária. Também foram registradas várias perdas como a própria sede do sindicato.

"A gente era dono de posto de gasolina, hospital, escola, vários terrenos, ônibus, automóveis. Isso tudo foi pulverizado", comentou Santos.

Condenação

No último mês de agosto, a Justiça de Santos condenou Nei da Estiva, por conta dele não ter apresentado relatórios de ocorrências entre 2012 e 2018, gerando em "má conduta e falta grave", além de violações de deveres no estatuto. A juíza obrigou Nei a ressarcir ao sindicato valores que passam de R$ 1 milhão.