PORTO

3 mitos sobre o trabalho no segmento marítimo

O que muitos não sabem é a infinidade de carreiras e oportunidades profissionais que o Porto carrega em si

18 AGO 2022 • POR Sônia Gomes - Gestora de Recursos Humanos do Grupo Unimar • 16h34
Porto de Santos - Nair Bueno/ DL

Que o porto é sinônimo de economia, todo mundo sabe. Afinal, conforme dados do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (SOSESP), ele representa 95% da corrente de comércio exterior que passa pelo Brasil e movimenta, em média, 293 bilhões anualmente – o que equivale a 14,2% do PIB brasileiro.

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Mas o que muitos não sabem é a infinidade de carreiras e oportunidades profissionais que ele carrega em si. O potencial de colocação no mercado de trabalho é imenso. E, com os avanços tecnológicos e investimentos constantes, surgem novas funções, outras demandas e mais oportunidades. A busca por profissionais atualizados, qualificados e preparados para acompanhar esse desenvolvimento só aumenta.

Infelizmente, ainda há um estigma com relação à atuação no segmento portuário. Para o porto funcionar diversas áreas de apoio são essenciais. Da mesma forma, diversas empresas são fundamentais para dar suporte a um complexo portuário.

Seguindo esse raciocínio, trazemos hoje comentários sobre o primeiro dos 3 maiores mitos sobre a carreira no porto.


Sônia Gomes - Gestora de Recursos Humanos
do Grupo Unimar

“O trabalho no porto é um trabalho operacional”

Uma infinidade de funções são necessárias para o funcionamento de um complexo portuário, de um armador, de uma agência marítima. Mas ainda existe uma prenoção de que o trabalho no porto prioriza trabalhos operacionais. Pelo contrário. A demanda está cada vez maior por profissionais cada vez mais qualificados. Hoje, a maioria das empresas possui áreas de inteligência de mercado e negócios – o que exige uma capacitação muito atualizada e complexa de um profissional, além de diversas áreas de atuação como Comercial, Atendimento ao Cliente, Financeiro, Contabilidade, Recursos Humanos, Tecnologia etc.

Outro mito muito recorrente no segmento é sobre poucas mulheres trabalharem ou construírem carreira no porto. Assim, surge outra lenda, que seria a número 2: “O setor é predominantemente masculino”.

Esse é um conceito antiquado – que não reflete em nada o momento de desenvolvimento, evolução e transformação que vive o setor. A modernização portuária – acompanhada por privatizações e investimentos em novas tecnologias - modificou e atualizou as posições e cargos disponíveis no segmento. Dentro desse contexto o público feminino ganhou força e consolidou presença nas mais diversas profissões que circundam o setor marítimo.

O setor não é mais majoritariamente masculino. As mulheres abriram caminho, em especial no ramo marítimo. Esse espaço foi conquistado e hoje afirmo que as mulheres podem desempenhar qualquer função. Aqui no Grupo Unimar, por exemplo, temos diversas colaboradoras atuando em posições estratégicas em toda a companhia, especialmente em Documentação e Operações – setores no passado dominados por profissionais do sexo masculino. É ponto de muito orgulho para nossa companhia compartilharmos que 45% da nossa força de trabalho é do sexo feminino.

Antes de falarmos sobre o próximo item, é interessante lembrar que dentro do “universo do shipping” existe uma gama gigante de empresas prestando serviços direta e indiretamente, como os armadores, afretadores, brokers, agências marítimas, operadores portuários e despachantes.
 
As etapas e áreas de negócios envolvidas no processo de embarque e descarga de cargas demandam uma série de companhias de diferentes perfis que vão desde o agenciamento comercial das cargas e dos fretes, o suporte à operação, a execução da mesmo e por fim, o transporte.

Neste sentido, a Agência Marítima surge como um elo unindo a cadeia. Ela atua no processo agindo em defesa dos interesses dos armadores que são as companhias proprietárias dos navios, assegurando assim uma operação segura em todos os aspectos.  Isto demanda um perfil de profissional extremamente dinâmico e comunicativo.

Dito isso, vamos ao número 3: Existem poucas empresas na área e elas priorizam indicações
Esse é mais um conceito equivocado. As pessoas, por falta de informação, acreditam que apenas poucas empresas multinacionais trabalham no ramo marítimo e esquecem de diversas outras empresas que fazem parte da cadeia logística de navegação. Existem muitas oportunidades para diversos perfis e as empresas buscam candidatos que possam equilibrar habilidade técnicas e pessoais ou comportamentais, uma vez que parte da formação deste profissional ocorre em ambiente de produção dada as especificidades de algumas funções. 

O recrutamento e seleção é o primeiro passo nessa relação Empresa x Colaborador. Nós buscamos acima de tudo, um perfil em que vislumbremos a possibilidade do investimento que é feito para a formação interna desse profissional.

Com relação à indicação, não é visto como algo negativo – pelo contrário. Porém deve ser tratada com idoneidade. O indicado deve concorrer como outro qualquer e passar por todo o processo como os demais. A parte interessante é que a indicação traz consigo um compromisso de responsabilidade de entregas e performance. Quem fez a indicação demonstra seu alinhamento aos valores e cultura da companhia e por isso encaramos a recomendação como um reconhecimento do nosso bom ambiente de trabalho!