Guarujá

Em três anos, Patrulha Maria da Penha protegeu mais de 400 mulheres vítimas de violência

A Patrulha atua mediante a identificação e seleção de casos pelo Ministério Público, visando a fiscalização e prevenção a todas as formas de violência doméstica contra a mulher

17 AGO 2022 • POR Da Reportagem • 14h21
Atualmente, 55 mulheres são acompanhadas - Foto: Divulgação/ Prefeitura de Guarujá

"Vivia constantes ameaças. Não podia falar com as pessoas ou  até mesmo sair de casa, pois era recriminada pelo meu companheiro. Após uma briga, percebi que minha vida estava em risco e busquei ajuda", esse  é o depoimento de A. S. A, 46 anos, uma das mulheres assistidas pelo Programa Patrulha Maria da Penha, da Prefeitura de Guarujá.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Leia Também

Secretaria de Logística e Transportes libera gaveta central da travessia Santos/Guarujá

Guarda Municipal amplia atuação com nova coordenadoria, em Guarujá

Corpo é encontrado em manguezal em Guarujá

Estado anuncia ciclovia de 18,5 quilômetros entre Guarujá e Bertioga

O grupamento da Guarda Civil Municipal (GCM) é destaque neste mês de prevenção de violência contra a mulher, o Agosto Lilás. A Patrulha atua mediante a identificação e seleção de casos pelo Ministério Público, visando a fiscalização e prevenção a todas as formas de violência doméstica contra a mulher. Nestes últimos três anos, já foram atendidos 470 casos e atualmente, 55 mulheres são acompanhadas.

A iniciativa foi instituída pelo Decreto Municipal nº 13.045/2019 e visa a proteção de mulheres em situação de violência, por meio da atuação preventiva e comunitária da GCM, um trabalho articulado com a Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social (Sedeas), Ministério Público do Estado de São Paulo e Delegacia de Defesa da Mulher.

A violência contra mulher não tem classe social. No início do relacionamento, os abusadores são gentis e envolventes, mas depois revelam sua agressividade. Foi o caso amplamente divulgado, envolvendo a desembargadora Silvia Almeida Prado Andreoni, que foi brutalmente agredida pelo companheiro, no início do ano passado. Silvia ficou 10 dias na U.T.I. e ainda hoje se recupera do trauma.

"Conheci a patrulha, por meio de outra vítima de violência. Graças aos GCMs, me sinto mais tranquila, somos ouvidas, temos suporte emocional. Eles estão sempre presentes. Quem dera outras Cidades tivesse o mesmo serviço".

Outro caso é o da L.V.S., 41 anos. O ex-companheiro não se conformava com a separação e tentou matá-la. "Fui buscar meu filho na casa dele, quando ele chegou agressivo. Pegou uma faca e tentou me atingir. Comecei a gritar, para chamar a atenção dos populares e consegui escapar", comentou. Ela relata ainda que, com o acompanhamento da patrulha, foi fundamental para se sentir mais segura.

A patrulha é composta por seis GCMs, entre eles mulheres, que realizam visitas e rondas preventivas, a fim de monitorar o cumprimento das medidas protetivas.

"Nesses três anos, é possível ver os resultados e o reflexo do programa na vida de cada vítima. Elas se tornaram mulheres mais fortes e conseguiram recomeçar com uma nova perspectiva. Queremos continuar avançando e buscando novas parcerias", afirmou a coordenadora da Patrulha, Adriana Midori. A guarda municipal ressalta ainda, que as equipes estão em constante treinamento e intercâmbio, para o enfrentamento à violência contra a mulher.