AULA NA USP

Com tom moderado na USP, Lula defende cotas e ampliação do ensino superior

O candidato do PT ao Planalto evitou citar Bolsonaro e afirmou que falará de campanha 'quando for para falar de política'

16 AGO 2022 • POR Joe Silva • 13h10
Lula beija aluna em discurso na Universidade de São Paulo - Joe Silva/Gazeta de S. Paulo

A USP (Universidade de São Paulo) promoveu nesta segunda-feira (15) uma aula com os candidatos do PT à Presidência da República, Luis Inácio Lula da Silva e o candidato ao Palácio dos Bandeirantes, Fernando Haddad. O evento marca o início do semestre letivo na universidade e acontece dois dias após a leitura da Carta pela Democracia, documento de autoria da mesma instituição.

Haddad teve fala curta, dando maior espaço ao parceiro que pleiteia o Executivo Nacional. A esposa de Lula, conhecida como Janja, não esteve presente no evento.

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Com tom moderado e sem citar Bolsonaro (PL), Lula falou aos estudantes relembrando o fato de que, segundo ele, a visita ocorre após vinte quatro anos desde a última vez em que ele esteve presente na universidade.

Na ocasião, ele afirmou que ele mesmo teve sua formação educacional limitada aos anos iniciais da formação básica e emendou o discurso com falas sobre a importância da educação para o País. Ao lado de professores, ele ressaltou a importância da ampliação da política de cotas, com reserva de vagas para grupos minorizados, e defendeu a ampliação do ensino superior citando o Prouni - um dos programas de acesso ao ensino superior que recebeu investimentos em seu último mandato.

O público lotou o vão livre da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. A Gazeta procurou a assessoria de imprensa do candidato para confirmar o número de presentes, mas não recebeu resposta. Muitos estudantes manifestaram saudações de apoio ao petista e entoaram gritos de "fora Bolsonaro".

Lula evitou falar de campanha durante o evento e relembrou regras que regem as eleições presidenciais. "Quando for pra falar de política vocês me chamam", exclamou o presidenciável questionando a limitação de citar atos explícitos de campanha antes desta terça (16), data que marca o início da propaganda eleitoral.

Pesquisa de intenção de votos divulgada nesta segunda-feira e realizada pela FSB mostra Lula à frente de Bolsonaro com 45% dos eleitores indagados, contra 34% do total de apoio ao candidato da direita.

Veja fotos do evento:

Créditos: Joe Silva/Gazeta de S. Paulo