MÚSICA POPULAR

Naquela Mesa: Conheça a música feita em devoção à figura paterna

Quando o lendário músico Jacob do Bandolim morreu, o filho Sérgio Bittencourt escreveu a canção como uma despedida da figura paterna

14 AGO 2022 • POR Bruno Hoffmann • 00h05
Disco de Jacob do Bandolim - Reprodução

O jornalista Sérgio Bittencourt era famoso pelo estilo polêmico e duro ao analisar a música popular em revistas e jornais. Ele ficou conhecido do grande público pelos programas de Flávio Cavalcanti, pelos quais sempre aparecia com seu jeito meio ranzinza. Mas suas palavras ficavam doces ao falar sobre a admiração que tinha pelo pai, Jacob do Bandolim, um dos maiores músicos de choro da história do País.

A morte de Jacob, em 13 de agosto de 1969, foi dura para o rapaz de 29 anos. Em sua homenagem compôs a comovente Naquela Mesa: Naquela mesa ele sentava sempre/ E me dizia sempre o que é viver melhor/ Naquela mesa ele contava histórias/ Que hoje na memória eu guardo e sei de cor… Há quem diga que a canção foi escrita durante o velório do pai. A música ficaria famosa nas vozes de Elizeth Cardoso e Nelson Gonçalves e se tornaria um clássico, quase obrigatória em repertórios boêmios Brasil afora.

Para Sérgio, era apenas a forma encontrada para relembrar o seu grande ídolo. E para revelar a tristeza de nunca mais ver a figura do pai: Naquela mesa está faltando ele/ E a saudade dele está doendo em mim. Em 1978, um ano antes de morrer precocemente, o jornalista declarou: “Tenho certeza e assumo: não sou nada, porque, de fato, não preciso ser. Me basta ter a certeza inabalável de que nasci do amor, da loucura, da irrealidade e da lucidez de um gênio”.