Morte Suspeita

Menino que tratava apendicite morre e hospital divulga causa como Covid-19

David Lucas de Oliveira, deu entrada no Hospital São João no dia 11 de junho, com dor na região do abdômen

20 JUN 2022 • POR Da Reportagem • 10h02
Menino de 9 anos morre após aplicação de medicação na veia - Foto: Arquivo Pessoal

Uma criança de nove anos passou mal e morreu após receber medicação em um hospital em Registro, no interior de São Paulo. Segundo familiares, a medicação não seria indicada para a idade dele. O garoto tratava de dores no apêndice, mas a certidão de óbito emitida pela unidade de saúde consta morte por Covid-19, outra situação que revoltou os pais do menino. A Polícia Civil investiga o caso.

David Lucas de Oliveira, deu entrada no Hospital São João no dia 11 de junho, com dor na região do abdômen. O pai dele, Célio Marcos de Oliveira, conta que chegaram a unidade as 11h mas só foram atendidos as 15h.

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De acordo com Oliveira, foi realizado um raio-x no hospital e o menino permaneceu internado com sintomas de apendicite. No entanto, na noite do dia 14, o quadro clínico de David piorou, e por conta das fortes dores, ele recebeu uma medicação na veia, que deveria aliviar as dores do lado direito do umbigo.

Foi dado tramal junto com dipirona. Cinco minutos depois ele começou a vomitar, ter dificuldade para respirar e suar muito. O pai do menino comentou ainda, que esse medicamento, está proibido no Brasil em crianças abaixo de 12 anos.

David foi transferido para o Hospital Regional de Registro na madrugada do dia 15, e permaneceu no local por 50 minutos, até ter a morte confirmada. O pai disse que uma funcionária foi até ele para falar que o seu filho deu entrada no hospital sem vida.

No atestado de óbito emitido pelo hospital, consta morte por Covid-19, no entanto, de acordo com o pai, o diagnóstico da Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross), ao solicitar a vaga para transferência de hospital era de apendicite, e nenhum exame que comprovasse infecção por coronavírus foi feito.

O sepultamento de David ocorreu apenas no dia 16, pois os pais do garoto procuraram a polícia para registrar um boletim de ocorrência, sendo orientados pelo delegado que investiga o caso a encaminhar o corpo do menino ao Instituto Médico Legal (IML) para ser examinado e ter a causa da morte comprovada. O caso foi registrado como morte suspeita.

Diante da situação, considerada pelo pai da criança como negligência médica, ele afirma que vai denunciar os hospitais e os funcionários que atenderam David, pois, segundo ele, essa é a maneira de lutar por Justiça.