ELEIÇÕES 2022

Ciro ataca Boulos por aliança com Lula e Alckmin: 'Crítico de goela'

'Crítico sou eu, que não voto mais em bandido nem a pau', disse Ciro ao criticar apoio de Boulos à chapa Lula-Alckmin

15 MAR 2022 • POR Estadão Conteúdo • 13h40
Ciro Gomes - Divulgação

O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) questionou a postura de Guilherme Boulos (PSOL), definido por ele como "alguém que fala em socialismo", de apoiar a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em outubro e, por consequência, o ex-governador Geraldo Alckmin, provável vice da chapa petista.

"Não adianta ser crítico de goela e depois vai lá e apoia, faz campanha", disse o pedetista. "Crítico sou eu, que não voto mais em bandido nem a pau, nem que me ponha a faca no pescoço". A declaração foi feita durante um seminário sobre corrupção promovido pelo PDT nesta segunda-feira (14), em São Paulo.

Ciro também criticou o fato de Boulos e o ex-governador serem antigos adversários do mesmo Estado e estarem juntos agora. Boulos é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e pré-candidato do PSOL ao governo paulista. Antes de Alckmin ser aventado como vice de Lula, o ex-tucano chegou a cumprir agenda de pré-candidato ao governo do Estado, até mesmo liderando la disputa.

O próprio Boulos já fez duros ataques ao ex-governador, que estava à frente do Estado em 2012, na desocupação da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior do Estado. A ação da Polícia Militar deixou ao menos dez feridos e 30 pessoas presas. Ainda assim, ao lado do presidente do PSOL, Juliano Medeiros, o líder do MTST é o principal articulador do partido pelo apoio à campanha de Lula. Apesar da contrariedade em relação a Geraldo Alckmin, a sigla está disposta a ceder nesse quesito em nome de uma "frente ampla" contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em artigo publicado na imprensa na semana passada, Boulos afirmou que vê no petista a pessoa com maior capacidade de unir forças contra o atual chefe do Executivo.