Ainda não é possível confirmar que reforço vacinal neutraliza ômicron, diz OMS

Segundo a entidade, existe a expectativa de ter melhores evidências sobre a eficácia do reforço vacinal nas próximas semanas com o desenvolvimento de novas pesquisas

8 DEZ 2021 • POR • 17h32
A OMS ainda não tem certeza da eficácia das vacinas contra a nova variante - REUTERS/Denis Balibouse/Direitos Reservados

Ainda não é possível ter certeza de que três doses de vacina contra Covid-19 neutralizam a variante ômicron do novo coronavírus, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (8). Segundo a entidade, existe a expectativa de ter melhores evidências sobre a eficácia do reforço vacinal nas próximas semanas com o desenvolvimento de novas pesquisas.

O anúncio se dá no mesmo dia em que a BioNTech e a Pfizer dissem que três doses de seu produto neutralizaram a nova variante em teste em laboratório. De acordo com as empresas, duas doses resultaram em anticorpos neutralizantes significativamente mais baixos contra a nova cepa, mas uma terceira dose aumentou os anticorpos neutralizantes.

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A ômicron já foi identificada em 57 países, inclusive no Brasil, segundo novos dados da OMS.

A nova cepa acionou o alerta da comunidade internacional por causa do seu grande número de mutações.

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As mais preocupantes são as 30 presentes na proteína S, que são utilizadas pelo vírus para entrar nas células humanas. É a partir dessas proteínas que as vacinas atuais são produzidas e, por isso, existem suspeitas de que elas poderiam ser menos eficientes contra essa cepa.

Além da Pfizer e BioNTech, outras empresas já desenvolvem estudos mirando uma terceira dose dos imunizantes contra a ômicron. A Moderna, por exemplo, planeja produzir uma dose específica para a ômicron, que pode estar pronta em março de 2022.

A Sinovac, empresa chinesa que produz a Coronavac, é outra farmacêutica que programa uma versão atualizada da vacina contra a ômicron em até três meses.

Mesmo com essas suspeitas, a OMS já ressaltou que os imunizantes disponíveis ainda são de extrema importância para barrar a transmissão do vírus e evitar mortes causadas por Covid-19.

Na entrevista desta quarta, todos os especialistas da organização pediram para os países aumentarem suas taxas de vacinação a fim de evitar cenários mais críticos da pandemia.

Outros pontos em aberto são a transmissibilidade e a gravidade da variante. Indícios preliminares indicam que ela é mais contagiosa, e Anthony Fauci, respeitado cientista americano, já afirmou que a ômicron pode superar até mesmo o nível de transmissão da delta.

No entanto, outros indícios sugerem que a variante não é capaz de gerar casos mais críticos da Covid-19, não tendo um grande impacto no aumento da taxa de mortalidade da enfermidade.

Por enquanto, as máscaras de proteção devem ser reforçadas para barrar a transmissão da variante, afirmam especialistas. Em São Paulo, havia planos de flexibilização do uso das máscaras para 11 de dezembro, mas o governo do estado decidiu manter a obrigatoriedade do equipamento em espaços abertos.

A OMS também reforçou a importância de evitar aglomerações e aumentar o número de testes e sequenciamentos para haver um melhor acompanhamento da situação da ômicron ao redor do mundo.