REFORÇO

88% dos vacinados pretendem tomar terceira dose contra a Covid-19

Pesquisa Saúde Brasil traz radiografia da pandemia e estado da saúde no país

22 OUT 2021 • POR Da Reportagem • 07h30
Pesquisadores brasileiros mostram que a efetividade das vacinas contra a covid-19 é impactada pela idade de quem toma a dose - Tânia Rego/Agência Brasil

Entre os brasileiros que já tomaram uma ou duas doses da vacina contra a Covid-19, 88% afirmam que pretendem tomar uma terceira dose, ante 12% que não pretendem. Dos que desejam receber a dose de reforço, a maioria (36%) respondeu que, mesmo se pudesse escolher, tomaria qualquer uma das marcas de imunizantes disponíveis no Brasil. Outros 28% têm preferência pela Pfizer; 19%, pela Astrazeneca; 9%, pela Jansen; e 8%, pela Coronavac. Os dados são do último relatório da pesquisa Saúde Brasil, realizada pelo Centro de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da Univesidade de Brasília (CPS-UnB ) e pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD ), que entrevistou 1.006 pessoas entre os dias 29 de setembro e 8 de outubro.

"Os resultados mostram que, apesar da demora do país em iniciar a vacinação e dos erros na comunicação do governo federal, a sociedade brasileira aderiu majoritariamente à imunização contra a Covid-19. Isso é fruto, em boa medida, do histórico de vacinação dos brasileiros e das brasileiras contra diversas doenças e da confiança numa solução sanitária que tem sólida base científica há décadas", diz Wladimir Gramacho, coordenador do CPS-UnB.

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Entre as principais razões que os entrevistados alegaram para terem se vacinado, a confiança na segurança e na eficácia da vacina foi mencionada por 79%, seguida pela resposta "para poder viajar e sair com segurança" (57%), pela insistência da família (25%) e dos amigos (3%).

Já entre os 9% de brasileiros que não tomaram nenhuma dose do imunizante até agora, 28% não o fizeram porque acham que ele não é seguro, 20% têm receio das reações, outros 20% acham que a vacina não é eficaz, 10% alegam não ter tido tempo, 7% dizem que não conseguiram ir até o local de vacinação, 3% falam que o motivo é o fato de já haverem tido a doença, e 2% respondem que ainda não chegou a sua vez de se vacinar no lugar onde mora ou que a vacina é um chip para monitorá-los ou mudar seus genes.

Sobre as chances de virem a se imunizar contra a Covid-19, esses mesmos brasileiros que não receberam nenhuma dose da vacina até agora dizem que têm muita chance de fazê-lo (24%), alguma chance (25%), pouca chance (23%) ou nenhuma chance (26%).

MORTES POR COVID-19 E PREOCUPAÇÃO COM A DOENÇA

Ainda de acordo com o levantamento, 47% dos entrevistados afirmam que conhecem uma ou mais pessoas não tão próximas que faleceram por causa do coronavírus, e 33% alegam ter um amigo próximo que morreu em razão do vírus - eram 22% na rodade de abril e 30% na de junho.

Questionados sobre o nível de preocupação com a doença, que vai de "nada preocupado" a "muito preocupado", o número de brasileiros que estão com a maior preocupação caiu 10 pontos percentuais, de 35% para 25%, entre junho e setembro. Mas 40% dos entrevistados se dizem "bastante preocupados", segundo maior nível de preocupação mensurado. Mais de um terço (35%) está "nada" ou "só um pouco" preocupado com a Covid-19. "Esses dados mostram que quase dois terços da população entendem que a pandemia ainda não foi controlada no Brasil, embora a diminuição no número de casos e de mortes nos últimos meses tenha deixado as pessoas um pouco menos preocupadas", diz Max Stabile, diretor executivo do IBPAD.

Ainda de acordo com o levantamento, 53% dos brasileiros dizem que não tiveram Covid-19 e nunca fizeram o teste. Outros 23% afirmam nunca terem tido a doença, apesar de terem feito o teste. Quase 20% da amostra teve a doença, mas a tratou em casa, enquanto 3% foram assintomáticos e 1% foi hospitalizado.

Já entre aqueles que afirmam já haverem contraído a doença, 86% respondem que só a tiveram uma vez. Um em cada dez entrevistados desse grupo diz que tratou a segunda manifestação da doença em casa, e 4% foram assintomáticos durante a segunda infeccção.

Mais informações sobre a pesquisa podem ser encontradas no site do instituto.