Deputados da Região não concordam com ação de Bolsonaro contra profissionais da saúde

Presidente da República não quer pagar indenização de R$ 50 mil a profissionais afetados pela Covid

26 AGO 2021 • POR • 08h01
A maioria dos deputados se manifestou contra a decisão do presidente Jair Bolsonaro - Isac Nobrega/PR

A maioria dos deputados da Região Metropolitana da Baixada Santista se manifestou contra a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei de compensação financeira aos profissionais de saúde que, por estarem na linha de frente, ficaram permanentemente incapacitados ao trabalho por terem contraído o novo coronavírus.

Bolsonaro não quer pagar indenização de R$ 50 mil a profissionais afetados pela Covid. De início, Bolsonaro vetou a lei, mas o Congresso derrubou o veto. A norma acabou sancionada em março deste ano a contragosto. O valor também pode ser destinado a herdeiros, caso o trabalhador da saúde morra.

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O deputado federal Júnior Bozzella (PSL) é da opinião que a atitude do presidente é inadmissível. "Esses profissionais se arriscaram diariamente, e muitos perderam a própria vida para salvar milhares de brasileiros acometidos pela Covid-19. Ao meu ver a lei não é só reconhecimento, é Justiça. Mas em nada me espanta a postura do presidente Bolsonaro. Na lógica invertida dele, não tem dinheiro para a Saúde porque tem que sobrar para agraciar os aliados com o orçamento secreto. É esse tipo de postura inadmissível que torna o atual governo insustentável!".

O deputado estadual Caio França (PSB) entende "que é justo que os profissionais que estiveram comprovadamente na linha de frente do combate à pandemia de Covid-19 e ficaram com sequelas sejam indenizados. Eles ficaram expostos ao longo de todo esse período salvando muitas vidas. Dessa forma, se o profissional teve a sua saúde comprometida de forma crônica e permanente porque precisou se expor para salvar a vida alheia, a compensação financeira configura uma ajuda importante, inclusive para custear eventuais terapias que possam auxiliar na sua recuperação".

Outro estadual, Kenny Mendes (PP), diz que torce para que o STF rejeite essa ação. "Isso ainda é pouco para tudo que os profissionais fizeram e continuam fazendo durante esta pandemia. Merecem muito mais"

O deputado estadual Paulo Corrêa Júnior (Patriotas) diz que é "aliado e não alienado". Apesar de ser eleitor do presidente, não concorda com tal atitude porque é o Executivo vetando o Legislativo, que representa diversas classes em uma democracia.

"Fora a parte técnica, estamos falando de verba indenizatória para os profissionais da saúde que foram e, seguem sendo, nossos verdadeiros heróis na linha de frente no combate à Covid-19. Neste momento a articulação de quem tem mais força tem que ser deixada de lado e deve existir uma sensibilização para essa categoria, que nem sempre tem o reconhecimento digno. E tampouco cabe a nós fazer distinção entre os trabalhadores que atuaram diretamente no combate, todos tem que ser beneficiários do mesmo direito".

O deputado estadual Tenente Coimbra (PSL) não se manifestou sobre a questão. Também não se manifestou a deputada federal Rosana Valle (PSB). A assessoria do primeiro alegou viagem e a da segunda, reunião.