Tenente Coimbra - Por que não queremos a penitenciária masculina

Estamos diante de um desperdício de dinheiro público e falta de planejamento por parte do Estado

14 JUL 2021 • POR • 06h45
Tenente Coimbra, deputado estadual - DIVULGAÇÃO

Encaminhei no dia 07 de julho um ofício à Secretaria de Administração Penitenciária, com informações sobre a substituição da primeira Penitenciária Feminina na Baixada Santista por um Centro de Progressão Penitenciária (CPP) masculino.

Conforme amplamente noticiado, a SAP decidiu após 8 anos de construção e um investimento de grande vulto de mais de 50 milhões de reais destinados à primeira Penitenciária Feminina na Baixada Santista, pela substituição de um CPP masculino, sem qualquer compensação, já que tais obras contemplam em seu projeto, área de saúde específica para mulher, setor designado à amamentação e creche.

Existem concursados que aguardam por muito tempo um espaço no Litoral Paulista, posto que há três anos a SAP não nomeia novos servidores para substituírem os funcionários que estão se aposentando ou para ocupar as vagas de trabalhadores que estão sendo transferidos para novas unidades prisionais. Os AEVPs (Agentes de Escola e Vigilância Penitenciária), por exemplo, que seriam beneficiados com a implantação da Penitenciária Feminina, são proibidos de executar suas atividades nos Centros de Progressão Penitenciária, nos moldes do quanto dispõe a Lei de Execuções Penais, razão pela qual, tal modificação os afetarão diretamente.

Além do mais, a unidade já totalmente acabada com as adequações para o recebimento das detentas, certamente carecerá de novo dispêndio a fim de executar as modificações estruturais necessárias para a atendimentos dos apenados. 

Portanto, muito embora a justificativa para a substituição tenha sido o superávit de 36% de vagas para mulheres presas, 0,74 presa para cada vaga, bem como que no Município de São Vicente não haveria nenhum presídio masculino integral de semiaberto e o único Centro de Progressão Penitenciária da Baixada Santista está localizada Mongaguá, estamos diante de um desperdício de dinheiro público e falta de planejamento por parte do Estado, já que os recursos empregados durante anos por uma finalidade específica terão de ser revisados por uma “mudança de planos” sem nenhum planejamento a médio-longo prazo, bem como, adequações serão necessárias para a implantação de um CPP masculino.

Requeri então, que seja revisto por parte da Secretaria toda a problemática relatada, sobretudo no que cerne os gastos públicos e segurança da região.

Tenente Coimbra, deputado estadual